Estudo retrospectivo dos casos de adrenalectomia realizados no Hospital Veterinário da Universidade Anhembi Morumbi: 13 casos (2012 a 2015)

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T. Pacini
A. T. Nishiya
L. P. Scalize
M. M. Jericó

Resumo

A adrenalectomia é o procedimento mais indicado para neoplasias adrenais unilaterais relacionadas à hipercortisolismo em cães. Objetivou-se descrever os aspectos epidemiológicos e o comportamento peri e pós-operatórios em cães submetidos à adrenalectomia no Hospital Veterinário Anhembi Morumbi, no período de 2012 a 2015. Dos 13 casos, oito eram de raças puras e cinco eram SRD; 12 fêmeas e idade de 9,5 ± 2,5 anos. O peso corporal médio foi de 22,1 ± 18,5 kg. Os principais sintomas foram polidipsia (92,3%), poliúria (92,3%), polifagia (76,9%), abdômen abaulado (61,5%) e telangectasia (53,85). Nos exames complementares, 61,5% de FA, 53,85% aumento nos níveis de ALT, 53,8% hipertrigliceremia, 38,4% hipercolesterolemia e 30,76% apresentavam hipertensão sistêmica. Seis fizeram tratamento prévio com trilostano e um fez uso de mitotano. Em exame de imagem, 53,85% das adrenais acometidas possuíam maior aumento de volume em polo caudal. Dos animais submetidos a tomografia computadorizada, (61,5%) apresentaram captação heterogênea difusa pelo meio de contraste. Das adrenalectomias, 53,85% foram em lado direito. Os exames histopatológicos revelaram adenoma cortical em 84,61% e adenocarcinoma em 15,39% dos casos. Um animal apresentava invasão tumoral em veia cava caudal e um animal apresentava aderência em artéria renal. Das complicações transoperatórias, três dos animais apresentaram hipotensão e um, hipertensão. Todos os animais foram internados para cuidados pós-cirúrgicos, sendo a maioria em tempo máximo de 72h. No pós-cirúrgico, todos receberam prednisona (0,6 ± 0,4mg/kg), de 3 a 7 dias. As queixas foram: persistência do quadro de polidipsia e poliúria (76,92%), hiporexia (53,85%), êmese (quatro casos), dois casos de reação ao fio de sutura e um caso de necrose de incisão e tecidos adjacentes com evisceração abdominal, 17 dias após a cirurgia. Dois casos recidivaram a condição de hipercortisolemia, associada à hiperplasia, na adrenal contralateral, 5 a 11 meses pós-adrenalectomia, evidenciado pelos sintomas e pelo teste de estimulação por ACTH, ambos em tratamento com trilostano. Concluiu-se que a adrenalectomia é um procedimento seguro, com poucas complicações trans e pós-operatórias, ressalvando-se a possiblidade de recidiva do quadro de hipercortisolismo. Esta situação pode ser evitada por exames complementares adicionais prévios.

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Estudo retrospectivo dos casos de adrenalectomia realizados no Hospital Veterinário da Universidade Anhembi Morumbi: 13 casos (2012 a 2015). Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, [S. l.], v. 13, n. 2, p. 48–48, 2015. Disponível em: https://www.revistamvez-crmvsp.com.br/index.php/recmvz/article/view/28143. Acesso em: 5 dez. 2025.