E. Martins van Tol
S. K. Málaga
L. R. M. Sá
Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, São Paulo, SP
M. E. Carretero
Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, São Paulo, SP
M. Melo
Hospital Veterinário Pompéia, São Paulo, SP
M. Halásc Vac
Instituto Veterinário de Imagem, São Paulo, SP
Resumo
Uma Iguana verde (Iguana iguana), fêmea, matura, três anos apresentou grande distensão abdominal, anorexia há sete dias e alteração de comportamento. O animal apresentou história clínica de impactação por retenção de ovos três meses antes deste episódio com resolução após tratamento. Na palpação suspeitou-se de retenção de ovos que foi confirmada pelo exame radiográfico. Constatou-se leve anemia e hipoalbuminemia. Não houve resolução pelo tratamento com cálcio, ocitocina, fluidos e vitaminas, assim optou-se pela ovariectomia bilateral. Macroscopicamente havia múltiplos cistos, de diferentes tamanhos nos ovários e não havia conteúdo em ovidutos. A peça cirúrgica foi encaminhada para exame histopatológico e bacteriológico. Conclui-se múltiplos cistos de folículos previtelinos e ooforite subaguda moderada em folículo em degeneração com cultura bacteriana negativa. A Iguana foi monitorada no pós-operatório, até a sua recuperação e nos meses subsequentes. Os quadros de distocia frequentemente afetam fêmeas sem macho, com deficiências nutricionais, submetidas à temperatura ambiental inadequada e ausência de ninho, condições presentes neste caso. A literatura cita uma prevalência de distocias de 20% em iguana-verde, com alta mortalidade nas ovo-celomites. A retenção de ovos pode levar o animal a óbito e a ooforite constituía um risco de complicação. Assim, o clínico deve estar alerta à situações semelhantes e na presença de sinais clínicos, proceder à conclusão diagnóstica, pesquisar a causa, estabilizar o paciente e optar por tratamento cirúrgico.