Detecção imunohistoquímica do vírus da hepatite e em fígados de suínos naturalmente infectados

Conteúdo do artigo principal

A. Souza
A. Malheiros
M. Soares
M. G. Gouvêa
J. Pinho
W. Pereira
L. R. M. Sá

Resumo

Introdução e objetivos: suínos são a principal fonte de infecção dos genótipos 3 e 4 do vírus da hepatite E (Hepatitis E virus, HEV) para humanos. O HEV é um RNA vírus considerado como patógeno emergente e causador de hepatite aguda e crônica, em humanos, em regiões geográficas tidas como não-endêmicas para o vírus. O presente empregou a técnica de imunohistoquímica (IHQ), para detectar antígenos do HEV em amostras de fígados de suínos abatidos para consumo humano e naturalmente infectados pelo vírus.

Material e métodos: fígados de seis suínos, sem alterações macroscópicas, positivos para o HEV-RNA por nested RT-PCR, confirmados por sequenciamento nucleotídico e análise filogenética, foram submetidos à detecção IHQ do HEV utilizando o anticorpo primário polyclonal rabbit Anti-Hepatitis E Virus ORF3 na diluição de 1:20. Os cortes foram avaliados em microscópio óptico quanto à presença do antígeno do HEV de acordo com a intensidade e distribuição, entre zonas e tipos celulares envolvidos. O critério de positividade estabelecido foi a imunomarcação intracitoplasmática da proteína da ORF3 (pORF3), de aspecto levemente granular com coloração castanhodourado.

Resultados e discussão: a detecção IHQ do HEV foi positiva somente em três dos seis animais examinados. Em um caso a imunomarcação de pORF3 foi observada com intensidade discreta no interior de hepatócitos íntegros e de células de Kupffer, com distribuição aleatória no parênquima hepático, enquanto que nos outros dois casos, a marcação foi discreta e no interior de células do epitélio biliar ou leucócitos nos espaços-porta. Não foram observadas marcações em células degeneradas e/ou necróticas. A inconsistência entre a detecção do HEV-RNA com a detecção IHQ da pORF3 pode estar relacionada a um período mais tardio de infecção, em que haveria uma diminuição do número de células positivas e/ou a uma baixa carga viral e de expressão da pORF3, que levariam a uma menor sensibilidade de detecção do HEV pela técnica de IHQ.

Conclusão: A detecção IHQ da pORF3 pode ser aplicada como um instrumento de diagnóstico complementar para a detecção do HEV em amostras de fígado de suínos, bem como em estudos de patogenia da infecção pelo HEV.

Detalhes do artigo

Seção

SEMANA CIENTÍFICA PROF. DR. BENJAMIN EURICO MALUCELLI

Como Citar

Detecção imunohistoquímica do vírus da hepatite e em fígados de suínos naturalmente infectados. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, [S. l.], v. 13, n. 1, p. 71–71, 2015. Disponível em: https://www.revistamvez-crmvsp.com.br/index.php/recmvz/article/view/25720. Acesso em: 5 dez. 2025.