Adenocarcinoma papilar em cão: relato de caso

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Andreza Heloísa dos Santos
Raquel Guedes Ximenes
Maria Carolina Silveira Cardoso
Rachel Livingstone Felizola Soares de Andrade
Fernando Morschel

Resumo

É relatado o diagnóstico de adenocarcinoma papilar em cão. Uma cadela de dez anos e raça indeterminada foi atendida no setor de emergência do Hospital Veterinário da Faculdade Pio Décimo, Aracaju-SE, com histórico de dispneia há três dias. Ao exame clínico, foi detectada ortopneia, cianose, TR 39,2°C, FC 150/bpm com hipofonese cardíaca, SPO250%, PAS 10mmHg. Foi realizada oxigenioterapia, fluidoterapia e toraconcentese com retirada de líquido avermelhado. O animal permaneceu estável com TR 38,2°C, FC 155/ bpm, SPO298% e PAS 12mmHg. Exames efetuados demonstraram anemia normocítica normocrômica, neutrofilia com desvio à esquerda, monocitopenia, e eosinopenia. Radiografia torácica em projeções latero-lateral e ventro-dorsal evidenciou uma massa em região de lobos pulmonares caudais. O proprietário optou por eutanásia devido aos fatores prognósticos desfavoráveis. À necropsia, foi detectada efusão pleural e lesão focal, circular, medindo 8x6cm, elevada à superfície do parênquima, de coloração esbranquiçada e consistência firme, com área central friável ao corte, no lobo caudal direito. Na histopatologia foi observada massa formada por estruturas tubulares ocupadas por numerosas formações papiliformes, constituídas por células epiteliais carcinomatosas, variando de cuboidais a colunares com núcleo ovoide grande, apoiadas em pendúnculos ramificados de tecido conjuntivo. Havia raras figuras de mitose, moderado infiltrado inflamatório de neutrófilos com distribuição difusa e amplas áreas de necrose, confirmando neoplasia pulmonar classificada como adenocarcinoma papilar grau 1. Os tumores pulmonares primários em cães são considerados raros. Animais entre 9 e 12 anos e das raças Rottweiler, Teckel, Boxer e sem raça definida, como do presente relato, possuem maior predisposição. Os tumores ocorrem, em especial, no pulmão direito, condizente com o caso descrito. A efusão pleural pode estar associada ao agravamento agudo do quadro clínico, provocando, ocasionalmente, dispneia. Em cães, o carcinoma bronquioalveolar é o tumor mais comumente diagnosticado, diferente do observado neste caso. Os adenorcarcinomas papilares são neoplasias malignas que podem ser confundidas clinicamente com diversas afecções, sendo o diagnóstico estabelecido por histopatologia. Destaca-se a importância do médico veterinário na sensibilização do proprietário quanto ao diagnóstico precoce e tratamentos disponíveis. Neste caso, o tratamento incluiria lobulectomia seguido de quimioterapia, que em tumores pequenos e bem diferenciados pode ter prognóstico favorável, com média de sobrevida de 20 meses.

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Como Citar
dos SantosA. H.; XimenesR. G.; CardosoM. C. S.; de AndradeR. L. F. S.; MorschelF. Adenocarcinoma papilar em cão: relato de caso. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 11, n. 3, p. 79-79, 11.
Seção
RESUMOS CONBRAVET