Eficiência das análises microbiológicas sobre as análises físico-químicas para o controle de qualidade do mel

Conteúdo do artigo principal

M. C. Lorenzon
K. M. Keller
L. O. Sant’ana
M. V. Deveza
J. P. M. Sousa
C. A. R. Rosa
R. N. Castro
W. S. Tassinari
J. Soares Neto

Resumo

O incremento do agronegócio apícola torna premente o controle de qualidade de seus produtos, de modo a prevenir eventuais gargalos na sua comercialização e para resguardar os princípios de sanidade das abelhas. Para prover subsídios aos serviços da Defesa e Inspeção Sanitárias e em trabalho conjunto com esses setores, foi desenvolvida pesquisa que avaliou a eficiência das análises físico-químicas de rotina (HMF, acidez e umidade) e das análises microbiológicas (atividade de água, enumeração bacteriológica e micotoxicológica), para atestar a qualidade do mel e pólen apícola e apresentar as principais causas de sua reprovação. As análises abrangeram 220 amostras de mel e 26 de pólen apícola, presentes no mercado do Estado do Rio de Janeiro. Também foram realizadas análises de substâncias antioxidantes do mel, para atestar o valor do produto como alimento funcional. A reprovação do mel pelas análises físico-químicas não se justapõe à contaminação microbiológica e, com base na portaria SVS/MS nº 451 de 19/09/1997, que foi revogada, as análises microbiológicas atestam que 57% das amostras de mel exibiram condições higiênico-sanitárias impróprias; houve reprovação de 92% das amostras de pólen apícola. A análise fúngica é a que destaca maior contaminação, quando comparada à bacteriológica. Aspergillus e Penicillium foram os fungos mais frequentes nos méis. Destaca- se que 30% das cepas de Aspergillus flavus foram capazes de produzir micotoxinas. A contaminação bacteriológica foi de 36%, com presença de Bacillus e Enterobacter, entre outras. O percentual de reprovação físico-química dessas amostras foi de 29%. As análises orgânicas mostraram que os méis fluminenses apresentam amostras com alta atividade antioxidante, por vezes maior do que a dos méis de origem europeia. A contaminação microbiológica é um fiel indicador da higiene durante todas as etapas da cadeia produtiva, sendo a mais recomendável para uma análise mais apurada das condições tecnológicas da criação. É possível que o domínio da infecção fúngica e de micotoxinas seja resultado da falta de prevenção de doenças em muitas regiões fluminenses, como a cria ensacada brasileira (CEB), cujas análises in loco ressaltaram alta atividade fúngica. 

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RESUMOS ENDESA

Como Citar

Eficiência das análises microbiológicas sobre as análises físico-químicas para o controle de qualidade do mel. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, [S. l.], v. 9, n. 3, p. 68–69, 2011. Disponível em: https://www.revistamvez-crmvsp.com.br/index.php/recmvz/article/view/131. Acesso em: 5 dez. 2025.