Avaliação in vitro da sensibilidade a acaricidas de populações de Rhipicephalus (Boophilus) microplus no Rio Grande do Sul

Conteúdo do artigo principal

J. R. Martins
J. Reck
R. L. Doyle
J. C. Gonzales
A. W. Vieira
U. S. Araújo
C. Termignoni
I. Silva Vaz junior

Resumo

O monitoramento da sensibilidade das populações de carrapatos aos carrapaticidas é um procedimento fundamental para o controle adequado desse ectoparasito. Nesse contexto, e considerando o avanço da resistência aos acaricidas, é preciso a identificação correta do carrapaticida a ser utilizado, sendo o Teste de Imersão de Adultos (TIA) o método preferencial de diagnóstico in vitro. Visando a avaliação da sensibilidade aos acaricidas, foram realizados TIA de amostras de distintas regiões do Rio Grande do Sul, durante o período de janeiro de 2009 a dezembro de 2010. Foram testados produtos amidínicos, piretroides, associações acaricidas e fipronil. Considerou-se como população resistente quando a inibição de postura foi inferior a 85% pós-tratamento. A escolha dos produtos avaliados para cada amostra baseou-se no histórico de uso de produtos na propriedade e na disponibilidade de teleóginas para o teste. Foram testados seis produtos (A1 a A6) à base de amitraz 12,5% (amidínicos). Foram observadas populações resistentes a todos os produtos amidínicos, sendo: 35,6% de amostras resistentes ao acaricida A1 (73 testes); 37,5% ao A2 (48 testes); 37,8% ao A3 (37 testes); 66% ao A4 (203 testes); 60% ao A5 (20 testes); e 84,9% ao A6 (72 testes). Foram testados quatro produtos, três à base de cipermetrina 15% (C1,C2,C3) e um de deltametrina 5%. Registraram-se amostras resistentes a todos os produtos testados, sendo: 75% de amostras resistentes ao acaricida C1 (12 testes); 62% ao C2 (58 testes); 80,8% ao C3 (68 testes); e 90,4% das amostras resistentes à deltametrina (84 testes). Dentre os produtos à base de associações de piretróides (ou amidínicos) e organofosforados, foram testadas sete diferentes formulações (PO1 a PO7). Os resultados dos testes com associações foram 4,1% de amostras resistentes ao acaricida PO1 (cipermetrina, clorpirifós, piperonila - 146 testes); 6,5% ao PO2 (cipermetrina, clorpirifós - 170 testes); 16,7% ao PO3 (cipermetrina, diclorvos - 120 testes); 29,8% ao PO4 (cipermetrina, ethion - 114 testes); 10% ao PO5 (cipermetrina, clorpirifós - 10 testes); e nenhuma amostra apresentou resistência aos produtos PO6 (amitraz, clorpirifós - 8 testes) e PO7 (cipermetrina hi-cis, clorpirifós - 58 testes). Por fim, foi avaliada a resistência ao fipronil, evidenciando-se 26,2% de amostras resistentes (145 testes). Os resultados indicaram uma situação preocupante em relação aos produtos amidínicos e piretróides, onde a maioria das populações foi confirmada como resistente. Os dados reforçam a hipótese de incremento de resistência ao fipronil e que a maioria das populações pode ser controlada com associações carrapaticidas. O delineamento de estratégias de controle, que, na maioria dos casos, incluem os acaricidas químicos, precisa considerar a importância da avaliação in vitro para a escolha do produto adequado.  

Detalhes do artigo

Seção

RESUMOS ENDESA

Como Citar

Avaliação in vitro da sensibilidade a acaricidas de populações de Rhipicephalus (Boophilus) microplus no Rio Grande do Sul. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, [S. l.], v. 9, n. 3, p. 67–67, 2011. Disponível em: https://www.revistamvez-crmvsp.com.br/index.php/recmvz/article/view/122. Acesso em: 5 dez. 2025.