Diagnóstico retrospectivo de agentes causadores de mionecroses, por imunohistoquímica, em ruminantes no Mato Grosso do Sul, Brasil

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

P. S. Pires
R. Ecco
R. O. S. Silva
M. R. Araújo
F. M. Salvarani
A. I. T. Passarela
L. F. Queiroz
R. A. Assis
L. G. D. Heneine
R. L. Santos
F. C. F. Lobato

Resumo

Dentre as clostridioses, as mionecroses são infecções necrosantes causadas por uma ou pela associação das seguintes bactérias do gênero Clostridium: C. septicum, C. chauvoei, C. novyi tipo A e C. perfringens tipo A e C. sordellii. Tratase de uma doença que acarreta prejuízos significativos para a pecuária brasileira, devido à elevada taxa de letalidade. A imunohistoquímica (IHQ), uma importante alternativa para o diagnóstico dessas doenças, no País, permite a utilização de materiais fixados em formol, aumentando o prazo entre a coleta e processamento laboratorial, sem interferir na confiabilidade do diagnóstico. Além disso, essa técnica viabiliza o estudo epidemiológico da frequência dos clostrídios histotóxicos, auxiliando a indústria brasileira produtora de vacinas a adequar os imunógenos oferecidos. O objetivo deste trabalho foi padronizar uma IHQ para detecção de clostrídios histotóxicos e aplicá-la no diagnóstico etiológico, em um estudo retrospectivo. A padronização da IHQ foi realizada em tecidos obtidos de cobaios experimentalmente infectados com cepas de referência de C. septicum, C. chauvoei, C. novyi tipo A, C. perfringens tipo A e C. sordellii, por meio da técnica da estreptavidina e biotina marcada. O diagnóstico etiológico das mionecroses foi realizado em materiais de ruminantes enviados pela Escola de Veterinária, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, MS. Foram analisadas amostras de 28 bovinos e de quatro ovinos que morreram entre os anos de 2000 e 2010, com sinais clínicos e histopatológicos compatíveis com mionecrose. A IHQ mostrou-se específica para a detecção dos clostrídios histotóxicos nos tecidos de cobaios experimentalmente infectados. No diagnóstico etiológico retrospectivo, C. chauvoei foi o agente mais frequente (73,3%), seguido por C. perfringens tipo A (53,3%), C. septicum (33,3%), C. sordellii (13,3%) e C. novyi tipo A (10%). Alterações autolíticas leves e moderadas foram encontradas em 25% (n = 8) e 6% (n = 2) dos casos, respectivamente. No entanto, as lesões histológicas associadas aos numerosos bacilos detectados pela IHQ possibilitaram o diagnóstico final. Diante de métodos como a IFD, a análise do estado de conservação do material recebido tende a ser limitada a uma avaliação macroscópica. Porém, a histologia associada à IHQ permite a determinação dos parâmetros que permitem uma maior confiabilidade no diagnóstico laboratorial das mionecroses. Embora C. perfringens tipo A seja incriminado como causador de gangrena gasosa em humanos, o mesmo é raramente descrito em ruminantes, sendo este o primeiro estudo que contemplou a análise da frequência de C. perfringens tipo A. Apesar de ter sido um dos mais frequentes causadores de gangrena gasosa, ele compõe apenas uma das vacinas comercializadas no País. 

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
PiresP. S.; EccoR.; SilvaR. O. S.; AraújoM. R.; SalvaraniF. M.; PassarelaA. I. T.; QueirozL. F.; AssisR. A.; HeneineL. G. D.; SantosR. L.; LobatoF. C. F. Diagnóstico retrospectivo de agentes causadores de mionecroses, por imunohistoquímica, em ruminantes no Mato Grosso do Sul, Brasil. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 9, n. 3, p. 52-53, 11.
Seção
RESUMOS ENDESA