Fatores de risco para brucelose bovina no Brasil

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A. L. A. A. Mota
V. S. P. Gonçalves
F. Ferreira
J. R. Lôbo
M. Amaku
R. A. Dias
V. C. F. Figueiredo
E. O. Telles
J. S. Ferreira Neto

Resumo

A brucelose bovina é uma doença infecciosa causada pela Brucella abortus associada, principalmente, a problemas reprodutivos como abortamentos, nascimento de crias fracas e baixa fertilidade. Por causar grandes prejuízos econômicos ao setor pecuário, o Mapa, em colaboração com os serviços de defesa sanitária animal por unidade federativa e com o apoio da Universidade de São Paulo e da Universidade de Brasília, tem buscado conhecer melhor a situação epidemiológica da doença no País. Entre 2001 e 2004, foram realizados estudos de prevalência e fatores de risco da brucelose bovina em 14 unidades federativas (Bahia, Santa Catarina, Espírito Santo, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins) do Brasil, as quais foram subdivididas em 61 regiões pecuárias. Os resultados de prevalência já foram publicados e revelaram grande heterogeneidade da situação epidemiológica da brucelose bovina entre as diversas regiões estudadas. Nesta pesquisa, os dados dos 17.100 rebanhos amostrados nas 61 regiões foram submetidos à análise estatística. Após uma análise exploratória das variáveis por meio do teste do qui-quadrado, procedeu-se à regressão logística com todas aquelas que apresentaram um valor p ≤ 0,20. O modelo logístico final revelou que as principais variáveis associadas à presença de brucelose foram a compra de animais para reprodução e o tamanho do rebanho, representado pelo número de fêmeas na propriedade. O risco de infecção, medido pelo Odds Ratio, para os rebanhos que compravam reprodutores foi de 1,25 [IC 95%: 1.12 – 1.40]. O número de fêmeas no rebanho aumentou o risco de infecção, tendo como base de comparação os rebanhos com menos de 30 fêmeas. O OR foi 1.94 [1.68 - 2.23] para os rebanhos com 31 a cem fêmeas, 2.98 [2.55 - 3.49] para aqueles com 101 a 400 fêmeas e 5.56 [4.53 - 6.82] para rebanhos com mais de 400 fêmeas. Esse resultado reforça a ideia, já sugerida pelos estudos de prevalência, de que os sistemas de produção pecuária mais extensivos, caracterizados por grandes rebanhos onde são frequentemente introduzidos novos animais, estão mais expostos à brucelose bovina, o que poderá explicar a prevalência alta encontrada em estados das regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil. 

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Como Citar
MotaA. L. A. A.; GonçalvesV. S. P.; FerreiraF.; LôboJ. R.; AmakuM.; DiasR. A.; FigueiredoV. C. F.; TellesE. O.; Ferreira NetoJ. S. Fatores de risco para brucelose bovina no Brasil. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 9, n. 3, p. 51-52, 11.
Seção
RESUMOS ENDESA