Situação epidemiológica da brucelose no Brasil

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J. S. Ferreira Neto
V. S. P. Gonçalves
M. Amaku
R. A. Dias
E. O. Telles
J. R. Lobo
V. C. F. Figueiredo
F. Ferreira

Resumo

Dada a importância do PNCEBT para as cadeias produtivas de carne e de leite e a falta de adequada caracterização epidemiológica da brucelose e da tuberculose no rebanho bovino brasileiro, o presente estudo traz resultados sobre a situação da brucelose em 15 Unidades Federativas (UF) (RO, MT, GO, DF, TO, BA, SE, MS, MG, ES, RJ, SP, PR, SC e RS), que detêm 82% do efetivo bovino nacional. Essas UF foram divididas em regiões e em cada uma foram amostradas, aleatoriamente, de 150 a 300 propriedades. Nas propriedades com até 99 fêmeas (≥ 24 meses), dez animais foram amostradas aleatoriamente; naquelas com cem ou mais, 15. Desses animais, foi obtida uma amostra de soro para realização do teste AAT, seguido de reteste dos positivos pelos métodos 2ME ou FC. As prevalências de focos e de animais foram calculadas por região e também, de forma consolidada, por UF. O trabalho de campo foi realizado entre outubro de 2001 e dezembro de 2004, exceto para Mato Grosso do Sul, que utilizou dados de coleta de 1998. Os resultados mostraram grande heterogeneidade entre as UF e alguns Estados mostraram importantes diferenças de prevalência entre as suas regiões. Em ordem crescente, as prevalências de focos foram: de 0,33 (0,0 ≥ IC95% ≥ 1,0) em SC, 2,06 (1,5 ≥ IC95% ≥ 2,63) no RS, 2,52 (1,02 ≥ IC95% ≥ 5,12) no DF, 4,02 (3,23 ≥ IC95% ≥ 4,8) no PR, 4,2 (3,1 ≥ IC95% ≥ 5,3) na BA, 6,04 (4,98 ≥ IC95% ≥ 7,1) em MG, 9,0 (6,97 ≥ IC95% ≥ 11,55) no ES, 9,7 (7,8 ≥ IC95% ≥ 11,6) em SP, 12,6 (9,19 ≥ IC95% ≥ 16,01) em SE, 15,42 (12,91 ≥ IC95% ≥ 17,91) no RJ, 17,54 (14,91 ≥ IC95% ≥ 20,17) em GO, 21,22 (19,33 ≥ IC95%≥23,11) em TO, 35,18 (32,09 ≥ IC95% ≥ 38,36) em RO, 41,2 (38,0 ≥ IC95% ≥ 44,4) no MT e 41,6 (37,0 ≥ IC95% ≥ 46,3) no MS. Dentre os Estados que apresentaram heterogeneidades entre regiões, destacaram-se Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia. Todo o Estado de SC, o sul do PR e o norte do RS compõem uma grande área de prevalências muito baixas, onde a vacinação com a B19 não se faz necessária e onde poderia ser implementado um sistema de vigilância para detecção e saneamento dos focos residuais. Essa experiência serviria de exemplo para o restante do País. Em situação semelhante, encontram-se o Distrito Federal e a região central da Bahia. Os demais Estados devem baixar a prevalência com a utilização da vacina B19, vacinando, no mínimo, 80% das bezerras nascidas. Além disso, a utilização da vacina RB51 em fêmeas adultas propiciaria a obtenção de boas coberturas vacinais mais rapidamente. 

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Como Citar
Ferreira NetoJ. S.; GonçalvesV. S. P.; AmakuM.; DiasR. A.; TellesE. O.; LoboJ. R.; FigueiredoV. C. F.; FerreiraF. Situação epidemiológica da brucelose no Brasil. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 9, n. 3, p. 50-50, 11.
Seção
RESUMOS ENDESA