Técnicas de identificação do Circovírus tipo 2 em suínos provenientes de granjas e matadouros do Estado de São Paulo, Brasil

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A. M. C. R. P. F. Martins
M. H. B. Catroxo
J. R. Bersano
R. Ogata

Resumo

O Circovírus Suíno tipo-2 é o agente etiológico da síndrome multissistêmica do definhamento do leitão desmamado (SMDLD) ou da síndrome multissistêmica caquetizante pós-desmame. Tem sido relatado em vários países, associado ou não a achados patológicos. É uma doença emergente, que pode tornar-se um fator limitante para o desenvolvimento da suinocultura mundial, com mortalidade variando de 3% a 10%, podendo atingir 35%. O PCV–2 foi descrito, pela primeira vez, no Canadá em 1991, associado à síndrome de refugagem multissistêmica dos suínos, em animais sem sinais clínicos de enfermidade e em animais com síndrome de dermatite e nefropatia suína, distúrbios reprodutivos, síndrome do complexo respiratório suíno, pneumonia proliferativa e necrosante e tremor congênito. É um DNA vírus fita simples, não envelopado, com simetria icosaédrica, medindo de 15 a 17 nm de diâmetro e tendo a sua replicação favorecida por inibir a produção de interferon. Objetivando a detecção do PCV-2, em amostras teciduais, foram utilizadas as técnicas histopatológica, de contrastação negativa, de imunohistoquímica, de imunocitoquímica eletrônica (imunomarcação com partículas de ouro coloidal em contrastação negativa), contribuindo para posteriores exames de rotina dessas viroses nos suínos e, portanto, colaborando com o agronegócio suinícola nacional. Foram examinados 65 animais provenientes de várias cidades do Estado de São Paulo (Ibiúna, Jacareí, Pedra Bela, Franco da Rocha, Boituva, Descalvado, Embu-Guaçu e São José dos Campos). As lesões histológicas localizaram-se de forma regular nos tecidos linfoides (depleção linfocitária) (linfonodos, baço, tonsila, placas de Peyer) e pulmão, e de forma menos frequente no rim, fígado e outros tecidos. O achado relevante para o diagnóstico é a presença de células multinucleadas e inclusões basofílicas intracitoplasmáticas principalmente nos histiócitos, as quais são patognomônicas da doença. Cortes de tecidos positivos ou suspeitos pela histopatologia foram submetidos à imunohistoquímica, usando o anticorpo monoclonal. A reação antigenoanticorpo foi corada em marrom pelo DAB e visualizada em 12 animais dos 65 (18.46%) examinados. Em todos os órgãos, as células positivas foram encontradas nos infiltrados inflamatórios. Esses resultados foram confirmados pela técnica de contrastação negativa (preparação rápida) e de imunocitoquímica com marcação com ouro coloidal para microscopia eletrônica de transmissão, sendo visualizadas partículas de circovírus, não envelopadas, esféricas e isométricas, caracterizadas como partículas completas e vazias, medindo de 17 a 20 nm de diâmetro. A reação antígeno-anticorpo foi realçada pelas partículas de ouro coloidal. O exame coproparasitológico das fezes e alças intestinais apresentou resultados negativos. A IHQ e a imunocitoquímica foram muito sensíveis para detectar PCV-2. Como os animais eram portadores aparentemente sãos, fica um alerta sobre essa patologia emergente e limitante do desenvolvimento dos suínos. 

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Como Citar
MartinsA. M. C. R. P. F.; CatroxoM. H. B.; BersanoJ. R.; OgataR. Técnicas de identificação do Circovírus tipo 2 em suínos provenientes de granjas e matadouros do Estado de São Paulo, Brasil. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 9, n. 3, p. 46-47, 11.
Seção
RESUMOS ENDESA