Prolapsos vaginal e uterino em ovelhas: estudo retrospectivo

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M. R. Bianchi-Alves
F. J. Benesi
L. Gregory
A. M. M. P. Della Libera
M. C. A. Sucupira
F. C. Pogliani
V. Gomes

Resumo

Os prolapsos em ruminantes causam grandes perdas econômicas, decorrentes de abortamento, baixa eficiência reprodutiva, perda de matriz de alto valor zootécnico, aumento das taxas de mortalidade perinatais e distocias. A fêmeas ovinas são mais acometida que as vacas e cabras; porém existem poucos estudos que apresentam condutas específicas para a espécie. Com o objetivo de avaliar as particularidades dos prolapsos em ovelhas, foi realizado um estudo retrospectivo no tocante à incidência, etiologia e tratamento de prolapsos vaginal e uterino em ovelhas atendidas no Serviço de Clínica de Bovinos e Pequenos Ruminantes (FMVZ/USP), no período compreendido entre 2000 a 2010. Desta forma, foi realizado levantamento das informações contidas nas fichas clínicas das ovelhas que apresentaram distúrbio reprodutivo. No período, foram atendidas 53 ovelhas com problemas inerentes ao sistema reprodutivo; dessas, 25 apresentaram prolapso vaginal ou uterino (47,1%). O prolapso vaginal total foi o de maior ocorrência (72%) em relação ao vaginal parcial e uterino. As ovelhas acometidas, em sua maioria, possuíam idade superior a quatro anos (64%), eram sem raça definida (44%) seguida pela raça Ile de France (40%). As manifestações clínicas mais frequentes foram taquipnéia, taquicardia, mucosas oculares avermelhadas, decúbito esternal ou lateral, apatia e anorexia. O tratamento instituído para todos os casos foi a limpeza, desinfecção e reintrodução do órgão prolapsado. A sutura de Bühner foi feita em 84% e a histeropexia em apenas um caso (4%). A evolução foi favorável em 80% dos casos atendidos, no entanto, o óbito ocorreu em 20% das fêmeas acometidas. Dos óbitos, os prolapsos vaginais corresponderam a 60% e os prolapsos uterinos a 40%. A etiologia não foi definida nos casos atendidos, sendo esses associados com o período pós-parto em sua maioria (56%), provavelmente associados com quadros de hipocalcemia, altas concentrações séricas estrogênicas e hipertonia uterina. Ainda, a predisposição genética não pode ser descartada. A análise das fichas permitiu concluir que a evolução clínica e a conduta terapêutica realizada, baseados nos conhecimentos na literatura para bovinos, foram bem sucedidas na maioria das ovelhas atendidas.

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Como Citar
Bianchi-AlvesM. R.; BenesiF. J.; GregoryL.; Della LiberaA. M. M. P.; SucupiraM. C. A.; PoglianiF. C.; GomesV. Prolapsos vaginal e uterino em ovelhas: estudo retrospectivo. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 11, n. 1, p. 60-60, 11.
Seção
RESUMOS CONBRAVET