Encefalites equinas em Minas Gerais e o primeiro isolamento do vírus da encefalite de Saint Louis no Brasil

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E. A. Costa
R. Rosa
T. S. Oliveira
R. Furtini
T. A. Paixão
R. L. Santos

Resumo

Em Minas Gerais, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) é o órgão responsável pela execução dos programas sanitários do Mapa. Anualmente, o Laboratório de Saúde Animal do IMA (LSA/IMA) recebe aproximadamente cem amostras de sistema nervoso central de equídeos com sinais neurológicos. Cerca de 36% dessas amostras são positivas para raiva. Logo, grande parte dos casos necessita de diagnóstico diferencial. Em 2004, o LSA/IMA implantou o diagnóstico histopatológico das enfermidades neurológicas. Com isso, outras enfermidades puderam ser diagnosticadas em amostras negativas para raiva. Porém, testes mais específicos ainda são necessários para aumentar a acurácia do diagnóstico e permitir a identificação do agente etiológico envolvido. De janeiro de 2009 a janeiro de 2011, um levantamento dos casos de encefalite e encefalomielite em equinos no Estado de Minas Gerais foi realizado em amostras de sistema nervoso central (SNC) de equinos que morreram apresentando sinais neurológicos e tiveram amostras colhidas e enviadas para o LSA/ IMA. Nove diferentes agentes que causam doença neurológica em equinos foram pesquisados: raiva, herpesvírus equino 1 (EHV-1), herpesvírus equino 4 (EHV-4), vírus da encefalite equina do leste (EEEV, do inglês Eastern equine encephalitis virus), vírus da encefalite equina do oeste (WEEV, do inglês Western equine encephalitis virus), vírus da encefalite venezuelana (VEEV, do inglês Venezuelan equine encephalitis virus), vírus da encefalite de Saint Louis (SLEV, do inglês Saint Louis encephalitis virus), vírus da encefalite de West Nile (WNEV) e Sarcocystis neurona, agente da mieloencefalopatia protozoária. Das 217 amostras de SNC, 47 (21,7%) foram positivas para o vírus da raiva pelas técnica de imunofluorescência direta (IFD) e inoculação intracerebral em camundongos. Nas 170 amostras restantes, negativas para o vírus da raiva, o DNA do EHV-1 foi detectado em 20 (11,8%) e o cDNA do SLEV em uma amostra, pelas técnicas de reação em cadeia pela polimerase (PCR) e transcrição reversa seguida de PCR (RT-PCR), respectivamente. Das amostras de SNC acondicionadas em formol, 10% foram avaliadas histologicamente. Alterações circulatórias como hiperemia e hemorragias multifocais, associadas ou não a trombo vascular, foram frequentes nas infecções por EHV-1 e raiva e obtiveram diferença significativa quando comparadas com os animais negativos. Para confirmar o diagnóstico, os produtos de PCR obtidos foram sequenciados e os vírus isolados em cultivo celular. O presente estudo demonstrou que o vírus da raiva é o principal agente causador de encefalite em equinos, apesar do crescente número de casos de encefalomielite associados ao EHV-1 no Estado de Minas Gerais. No entanto, apesar de evidências sorológicas comprovarem a circulação do SLEV no Brasil, este foi o primeiro relato de isolamento do SLEV do sistema do SNC de um equino que morreu com sinais neurológicos no País.

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Como Citar
CostaE. A.; RosaR.; OliveiraT. S.; FurtiniR.; PaixãoT. A.; SantosR. L. Encefalites equinas em Minas Gerais e o primeiro isolamento do vírus da encefalite de Saint Louis no Brasil. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 9, n. 3, p. 42-43, 11.
Seção
RESUMOS ENDESA