Quimiodectoma em um cão

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M. M. Araujo
L. S. Carandina
T. C. Prada
V. S. Coelho
N. A. Zanco
A. S. Coutinho

Resumo

Dentro do contexto das neoplasias do sistema cardiovascular, são notoriamente importantes aquelas que se desenvolvem na base do coração e de estruturas histológicas que compõem o próprio coração. O quimiodectoma pode surgir do corpo aórtico da base cardíaca ou a partir do corpo carotídeo no pescoço. Acredita-se que a hipoxia crônica esteja relacionada à patogenia desse tumor. Existe uma alta prevalência de quimiodectoma em cães braquicefálicos devido à conformação anatômica do sistema respiratório destes. É uma patologia incomum em cães, sendo que 80% desses tumores são do corpo aórtico e ocorrem preferencialmente em animais idosos. O tumor da base cardíaca pode causar derrame pericárdico, o que provavelmente responde pela apresentação clínica mais comum dessa doença. É importante a diferenciação de neoplasias cardíacas de outras causas de derrame pericárdico, insuficiência cardíaca congestiva ou arritmias cardíacas. Os tumores do corpo aórtico raramente metastatizam. Porém, quando isso ocorre, é mais frequente em pulmões e fígado. Aproximadamente 52% dos animais com tumor de corpo aórtico também têm outro tipo de neoplasia. As formas mais comumente associadas referem-se aos tumores de células intersticiais e carcinomas de tireoide. Objetiva-se, com este trabalho, relatar um caso clínico de quimiodectoma em um cão da raça boxer, nove anos, macho, que chegou ao Hospital Veterinário Santa Terezinha apresentando quadro de dor difusa, anorexia, fraqueza dos membros pélvicos e desconforto acentuado no decúbito esternal, permanecendo em estação. Ao ultrassom abdominal, foram notados discreto aumento nas adrenais e hepatomegalia, sugerindo esteatose. Uma semana após, o animal teve uma piora no quadro, apresentando cianose, dispneia e fraqueza dos membros posteriores. Foi realizado hemograma, no qual constou aumento dos leucócitos, dos bastonetes e segmentados. Na bioquímica sérica, obteve-se aumento de fosfatase alcalina, colesterol e ALT. O animal veio a óbito nesse dia. Em necropsia, observou-se tireoide com diminuição de volume, grande massa neoplásica aderida na base do coração em região de átrios e aorta, interpretada como quimiodectoma pelo aspecto histológico, metástase pulmonar em lobo esquerdo e alterações secundárias, tais como hemorragia e edema nesse órgão. Essa neoplasia rara de difícil diagnóstico possui um prognóstico reservado e, em grande parte dos casos, apresenta-se associada a outras neoplasias, podendo o tumor cardíaco ser primário ou metastático, levando a alterações clínicas, sendo mais frequente em cães idosos, machos e de raças braquiocefálicas.

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Como Citar
AraujoM. M.; CarandinaL. S.; PradaT. C.; CoelhoV. S.; ZancoN. A.; CoutinhoA. S. Quimiodectoma em um cão. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 9, n. 2, p. 46-47, 11.
Seção
RESUMOS CONPAVET