Protocolos anestésicos para felinos doadores de sangue

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R. B. Camozzi
K. D. Botteon
L. R. Moroz
S. Gonçalves
D. T. Fantoni

Resumo

O presente trabalho visou estabelecer o melhor protocolo anestésico para coleta de sangue em felinos domésticos baseando-se na qualidade de sedação dos doadores. Foram selecionados 15 gatos hígidos, divididos aleatoriamente (estudo duplo-cego) em grupos de cinco animais cada. Os protocolos anestésicos comparados foram: BDA [butorfanol (0,4 mg/kg), diazepam (1,0 mg/ kg) e acepromazina (0,05 mg/kg), intramusculares (IM)]; BX [butorfanol (0,4 mg/kg) e xilazina (0,3 mg/kg), IM]; CMA [cetamina (5 mg/kg), midazolam (0,25 mg/kg) e acepromazina (0,05 mg/kg), IM]. Os animais tiveram o grau de sedação avaliado por meio de escore obtido pela mensuração das frequências cardíaca (FC) e respiratória (FR), pressão arterial (PA), relaxamento muscular, reflexo interdigital e reação a estímulos externos, aos 20, 40, 60, 90 e 120 minutos da aplicação dos fármacos. O grau de recuperação foi analisado com base no número de parâmetros que retornaram ao padrão considerado de não sedação em cada um dos momentos. Não foram verificadas diferenças significativas em relação à FC nos diferentes grupos estudados, apenas em T60, quando a FC foi significativamente inferior no grupo CMA em relação ao BDA (p<0,05). Em relação à PA, não foram verificadas diferenças estatísticas. Em todos os grupos, a FR apresentou importante diminuição, sendo maior em BDA em todos os momentos de avaliação (p<0,05). Em BX, a queda não foi significativa, e no grupo CMA, verificou-se diferença significativa apenas em T20 (p<0,05). Não houve diferença estatística entre os grupos quanto à qualidade de recuperação anestésica. No entanto, à observação clínica, foi possível identificar ataxia, estresse, agitação, agressividade, mioclonias, vocalização e reações exacerbadas à contenção e aos estímulos externos em dois animais do grupo CMA antes de T20 e em T40, T60, T90 e T120. No grupo BDA, um animal apresentou salivação intensa e inquietação. Embora os resultados deste trabalho sejam apenas preliminares por conta do pequeno n, o grupo CMA não se mostrou adequado para a realização do procedimento, de acordo com a observação clínica. Dentre os protocolos BDA e BX, ambos comprovaram ser seguros para a coleta de sangue. Os efeitos cardiovasculares ocasionados pelas associações estudadas não inviabilizam seu emprego para a coleta de sangue em felinos. 1 Médica Veterinária Residente do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo.

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Como Citar
CamozziR. B.; BotteonK. D.; MorozL. R.; GonçalvesS.; FantoniD. T. Protocolos anestésicos para felinos doadores de sangue. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 9, n. 2, p. 46-46, 11.
Seção
RESUMOS CONPAVET