Discoespondilite com sinais neurológicos em cão jovem: Relato de caso

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L. M. Leal
T. B. Lima
A. G. Rocha
G. O. Morato
M. V. Cipolli
J. C. Canola

Resumo

A discoespondilite é uma infecção do disco intervertebral com osteomielite intercorrente de placas finais e corpos adjacentes. Os organismos mais comumente associados à discoespondilite são Staphylococcus aureus e Staphylococcus intermedius. Na maioria dos cães, não se conseguiu determinar qualquer causa subjacente para o distúrbio. As bactérias se difundem pela placa final cartilaginosa do corpo vertebral até contatar o disco, resultando em lise da placa final adjacente, necrose discal e colapso do espaço intervertebral. Por ser uma área estático-cinética que concentra o estresse, a região lombar é a mais predisposta. Dor espinhal é o sinal clínico mais comum. Os déficits neurológicos, quando ocorrem, estão relacionados à compressão da medula espinhal. Fêmea da espécie canina, raça boxer, cinco meses, foi atendida no Hospital Veterinário da Unesp/Jaboticabal (SP), tendo como queixa principal dor ao levantar-se com evolução de 20 dias. Ao exame físico, o animal apresentava dor à compressão da região lombar, ataxia dos membros pélvicos à marcha, propriocepção e reflexos diminuídos. Aos exames laboratoriais, constatou-se leucocitose com desvio à esquerda. Perante a radiografia da região lombar, verificou-se discreta redução do espaço intervertebral de L5-L6, do comprimento da vértebra L5 e área de osteólise na borda caudal de L5. Para a confirmação do diagnóstico, realizou-se biópsia incisional do corpo vertebral de L5 e do disco intervertebral correspondente (L5-L6), sendo encaminhado para exame histopatológico. Constataram-se áreas de lise óssea, remodelamento e necrose, com proliferação de osteoclastos típicos e infiltrado rico em macrófagos, células epitelioides e neutrófilos, com área de proliferação vascular, sugestivo de ostemielite ou discoespondilite. Instituiu-se tratamento com Tramadol, 4 mg/kg/BID/PO/7 dias; Meloxicam 0,1 mg/kg/SID/ PO/7 dias; Cefalexina, 30 mg/kg/TID/PO/8 semanas; e confinamento em gaiola por 30 dias. Após 15 dias de tratamento, o animal apresentou melhora quanto à marcha e o proprietário relatou a ausência de dores ao levantar-se. No 30º dia do tratamento, ao exame radiográfico, verificou-se colapso do espaço intervertebral entre L5 e L6 com presença de área de osteólise em borda caudal de L5 e cranial de L6. Entretanto, a paciente não apresentava sinais clínicos da doença, possuía boa marcha sem indícios de ataxia e ausência de dor à compressão da coluna vertebral na região lombar, o que excluiu a necessidade iminente de descompressão medular. O exame histopatológico é de fundamental importância no diagnóstico precoce da doença e a associação de antibióticos, anti-inflamatórios e analgésicos ao repouso, como forma de tratamento, propicia boa melhora em curto período de tempo, sendo dispensáveis, em primeira instância, técnicas cirúrgicas para a descompressão da medula espinhal. 

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Como Citar
LealL. M.; LimaT. B.; RochaA. G.; MoratoG. O.; CipolliM. V.; CanolaJ. C. Discoespondilite com sinais neurológicos em cão jovem: Relato de caso. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 9, n. 2, p. 34-34, 11.
Seção
RESUMOS CONPAVET