Enriquecimento ambiental para uso em canis – uma experiência obtida em um abrigo localizado no município De Lavras, estado de Minas Gerais, Brasil

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T. A. M. Monteiro
R. J. V. Costa
E. C. F. Silva
M. P. Faria
F. S. Zaqueu
A. F. P. Luz
J. N. Seixas

Resumo

A realidade de cães alojados em abrigos inclui alta densidade populacional associada a uma marcante restrição de espaço. Essas duas condições podem desencadear uma situação de estresse que resulta, muitas vezes, em brigas territoriais, lesões e outras consequências. Para melhorar a qualidade de vida dos cães e, consequentemente, seu comportamento, a recreação e o enriquecimento ambiental são alternativas que têm sido valorizadas. Este trabalho analisou a contribuição de diferentes métodos de enriquecimento ambiental para serem utilizados em um canil de abrigo de animais e avaliou o grau de satisfação e aceitabilidade dos objetos. Foram criados três tipos de brinquedos simples e de baixo custo feitos com: 1) uma garrafa pet de refrigerante de 600ml contendo uma pequena quantidade de ração e uma trança de tecido presa à tampa; 2) uma garrafa de refrigerante de 2L contendo pedrinhas; 3) tecidos de cores variadas formando uma trancinha (como um pedaço de corda). Além disso, foram adquiridas em pet shop quatro bolinhas, duas que faziam barulho e duas silenciosas. A avaliação da aceitação dos brinquedos pelos animais foi realizada com o emprego de uma ficha avaliativa de comportamento. Foram utilizados nove cães identificados por número de um a nove que vivem em um canil localizado no município de Lavras, estado de Minas Gerais, Brasil. Os cães eram castrados, sendo oito fêmeas e um macho; a idade era situada entre um a dez anos; eram sociáveis com outros cães e não apresentaram comportamento agressivo. Os animais foram observados por um período de 48 horas durante 20 minutos por três avaliadores no primeiro dia e dois avaliadores no segundo. No espaço de recreação do canil, todos os cães avaliados foram colocados no ambiente simultaneamente. No primeiro dia, a maioria dos cães demonstrou medo e receio dos brinquedos, principalmente os que faziam barulho, e apenas os cães 2, 6 e 7 brincaram com os objetos, apesar dos animais 6 e 7 ainda apresentaram certo receio. Na presença do avaliador, os cães 1 e 4 demonstraram medo e o 8 se mostrou hesitante; porém, os demais animais mostraram-se calmos e felizes. No segundo dia de avaliação, todos animais demonstraram interesse pelos brinquedos, mas apenas os cães 2, 3, 6 e 7 brincaram; esses três últimos ainda brincaram com outros cães; o cão 9, mesmo não utilizando os brinquedos, brincou com os outros cães; na presença dos avaliadores nenhum animal sentiu medo ou ficou hesitante. Os brinquedos mais atrativos foram as garrafinhas com ração e as trancinhas, alguns brincaram um pouco com as bolinhas que não faziam barulho. Os resultados obtidos revelaram que não são todos os brinquedos que os cães aceitam, mas essa aceitabilidade varia entre os indivíduos. No entanto, como o enriquecimento pode ser efetuado com brinquedos acessíveis e de simples confecção, o investimento é válido para melhorar a qualidade de vida desses animais. Além disso, foi constatado que o estimulo obtido com brinquedos tornou os animais os mais sociáveis entre si e com as pessoas.

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Como Citar
MonteiroT. A. M.; CostaR. J. V.; SilvaE. C. F.; FariaM. P.; ZaqueuF. S.; LuzA. F. P.; SeixasJ. N. Enriquecimento ambiental para uso em canis – uma experiência obtida em um abrigo localizado no município De Lavras, estado de Minas Gerais, Brasil. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 15, n. 3, p. 84-85, 1 mar. 2017.
Seção
VIII CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO COLETIVO