Atrofia acinar pancreática não inflamatória na espécie felina

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R. T. G. A. Rodrigues
V. B. Medeiros
K. S. B. R. Fernandes
A. M. Silva
K. D. Filgueira

Resumo

Introdução: A atrofia dos ácinos pancreáticos geralmente tem relação com o estágio terminal de uma pancreatite linfocítica. Entretanto, existem outras causas, mas de ocorrência incomum. O presente trabalho relata um caso de atrofia de pâncreas em um felino, com ausência de componentes inflamatórios. Método/ Relato de caso: Uma gata, sem raça definida, adulta, apresentava perda de peso progressivo, anorexia e desidratação. A paciente veio a óbito o, foi encaminhada para exame necroscópico e enviou-se o material obtido para análise histopatológica. Resultados e Discussão: Durante a necropsia, a principal alteração constatada foi observada no parênquima do pâncreas, que se apresentava com dimensões reduzidas, consistência firme, irregular, com múltiplas estriações de coloração branca nas superfícies externa e de corte. A microscopia do órgão exibiu proliferação de tecido conjuntivo fibroso entre os ácinos, em torno de ductos (que se revelavam distorcidos) e ao redor das ilhotas. Não foram observadas infiltrações de células inflamatórias no parênquima pancreático ou necrose no tecido peripancreático. O quadro morfológico foi compatível com atrofia/fibrose pancreática de base não inflamatória. Na espécie felina, a atrofia do pâncreas usualmente é relacionada com a pancreatite crônica terminal, onde acima de 90% dos ácinos do órgão estão destruídos. No entanto, existem algumas etiologias distintas e infrequentes, como a obstrução do ducto pancreático e deficiência na produção da lipase pancreática. No presente relato, embora a análise histopatológica tenha eliminado a correlação com processo inflamatório, não foram detectadas outras possíveis origens para a enfermidade em questão. A hipoplasia ou aplasia pancreática congênita são referidas, mas a faixa etária da gata em evidência era incompatível com essa última hipótese. A sintomatologia da paciente em discussão foi bastante inespecífica e o óbito (provavelmente em decorrência da cronicidade da afecção) impossibilitou a investigação clínica, com exames laboratoriais de rotina e específicos, assim como a implantação de terapia. Conclusão: Embora insólita, a atrofia não inflamatória dos ácinos do pâncreas deve ser considerada na rotina da clínica médica de felinos, onde a confirmação precoce e antemortem da moléstia podem resultar em um desfecho clínico satisfatório.

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Como Citar
RodriguesR. T. G. A.; MedeirosV. B.; FernandesK. S. B. R.; SilvaA. M.; FilgueiraK. D. Atrofia acinar pancreática não inflamatória na espécie felina. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 14, n. 3, p. 55-55, 21 dez. 2016.
Seção
RESUMOS CONPAVET