Levantamento de exame em amostras suspeitas de raiva, recebidas pelo laboratório de apoio à saúde animal – Aníbal Mollina / Lasa, no período de 2007 a 2014, em caninos, felinos e quirópteros encontrados no perímetro urbano e rural de municípios do estado do Mato Grosso

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

A. C. C. Pacheco
A. K. R. A. Santos
F. T. Sousa
R. M. Mello

Resumo

A Raiva é uma zoonose que acomete mamíferos, causada por um vírus RNA, família Rabdoviridae, gênero Lyssavirus. Até o momento não há um exame laboratorial conclusivo que possa ser aplicado em animais vivos. Existem procedimentos laboratoriais padronizados internacionalmente, para amostras obtidas post mortem de animais ou humanos suspeitos de raiva que podem ser auxiliados pela epidemiologia. As técnicas laboratoriais são aplicadas preferencialmente nos tecidos removidos do Sistema Nervoso Central (SNC). Dentre os procedimentos laboratoriais aplicados ao diagnóstico da raiva, o teste de Imunofluorescência Direta (IFD), recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), é amplamente utilizado. O teste de IFD apresenta resultados confiáveis em poucas horas, em 95 – 99% dos casos, quando realizados em amostras frescas. O Isolamento Viral detecta a infecciosidade por meio da inoculação da suspensão de tecidos extraídos da amostra suspeita, em sistemas biológicos (Cultivo Celular ou Inoculação em Camundongo). No período de 2007 a 2014, foram recebidas no LASA amostras de 1.409 caninos, 169 felinos e 361 quirópteros provenientes de 66 municípios do Estado de Mato Grosso, que foram submetidas ao teste de IFD e Inoculação Intracerebral em Camundongos (Prova Biológica); em janeiro de 2007 foi confirmado o diagnóstico do último caso de um canino positivo para a raiva. Quanto aos quirópteros, houve quatro positivos dos quais três na IFD e um na Prova Biológica aos 17 dias da inoculação em camundongo. Nenhum dos quirópteros positivos era hematófago. Todos os quirópteros positivos foram coletados em perímetro urbano, um deles foi encontrado morto, dois agrediram pessoas e um foi sacrificado para envio ao LASA. Os informes epidemiológicos têm indicado que o vírus da raiva mantido por animais silvestres tem circulado em Mato Grosso com risco de infecção para pessoas. No ano de 2012 foi registrado um caso de raiva em ser humano no município de Tapurah-MT, diagnosticado como compatível com vírus mantido por animal silvestre. O diagnóstico da raiva realizado em laboratório de referência do Estado mostra-se de suma importância, pois a análise epidemiológica dos resultados obtidos revela que no perímetro urbano o contato com caninos e felinos não tem sido a principal forma de transmissão da doença para os seres humanos. Tem sido aventada a hipótese de que o aumento da população de quirópteros em áreas urbanas tenha determinado um novo perfil epidemiológico para a doença distinto do que era observado com os animais domésticos que têm sido imunizados, com regularidade, nas campanhas de vacinação contra a raiva. A ocorrência do caso de raiva em ser humano no município de Tapurah-MT sugere aplicação de medidas de vigilância para a redução do risco de transmissão da raiva pelos animais silvestres. 

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
PachecoA. C. C.; SantosA. K. R. A.; SousaF. T.; MelloR. M. Levantamento de exame em amostras suspeitas de raiva, recebidas pelo laboratório de apoio à saúde animal – Aníbal Mollina / Lasa, no período de 2007 a 2014, em caninos, felinos e quirópteros encontrados no perímetro urbano e rural de municípios do estado do Mato Grosso. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 14, n. 2, p. 84-85, 29 ago. 2016.
Seção
RESUMOS ENDESA