Primeira ocorrência de encefalopatia espongiforme bovina atipica no estado de Mato Grosso em 2014

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S. M. Nassarden
E. M. Lima
R. L. Negreiros
F. A. Moretto
F. D. Bacca
L. N. M. Borges
B. Todeschini
E. J. A. Martins
D. P. Mesquita
A. J. D. Vieira
J. E. L. Bardall
G. J. M. Júnior

Resumo

A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) é uma enfermidade degenerativa não contagiosa que afeta o sistema nervoso central de bovinos, causada por uma proteína infectante denominada “príon”. Existem dois tipos de EEB em bovinos: a forma clássica e a forma atípica. A EEB clássica é transmitida por alimentos contaminados com o príon oriundo de produtos obtidos a partir de animais infectados, os sinais clínicos são nervosismo, reação exagerada a estímulos externos e dificuldade de locomoção, queda na produção de leite e diminuição de apetite. É uma doença crônica, cujos sinais clínicos se agravam com o passar do tempo, com longo período de incubação (média de quatro a cinco anos). A EEB atípica é causada por príons ligeiramente diferentes do que causa a EEB clássica. Essa diferença é relacionada à massa molecular do príon, que pode ser menor do que o príon da EEB clássica (conhecido como L-EEB) ou maior (H-EEB) e ocorre em animais mais velhos acima de nove anos. A origem não está totalmente esclarecida, a teoria mais aceita é que essa apresentação rara é uma forma espontânea da doença, não se relacionando com ingestão de alimentos contaminados. Neste estudo relata-se o primeiro caso de EEB atípico ocorrido em Porto Esperidião/MT - 2014, em uma fêmea bovina de 12 anos, raça Nelore, nascida e criada na mesma fazenda, em sistema de produção a pasto e sal mineral, enviada ao abate em 19/03/2014 devido a problemas reprodutivos. A vaca chegou ao matadouro em decúbito esternal e com sinais de fadiga muscular, sendo direcionada ao abate de emergência com colheita de amostras para teste laboratorial no Lanagro-PE, conforme protocolo de vigilância para EEB. Em 14/04/2014, o Lanagro-PE emitiu laudo positivo para marcação priônica. Investigações complementares de campo, envolvendo 11 propriedades com vínculo de movimentação animal, identificaram 49 animais do “coorte” (nascidos um ano antes e um ano depois do nascimento do caso). Ao exame clínico não foram evidenciadas alterações e os animais foram sacrificados e destruídos. Amostras de tecido nervoso desses animais foram submetidas ao teste para EEB no Lanagro-PE e resultaram negativas em 01/05/2014. O laboratório de Weybridge, do Reino Unido, em 01/05/2014, informou resultado positivo na imuno-histoquímica, e análise por westernblot da amostra positiva foi realizada e o resultado da classificação conclusiva de BSE atípica (H-BSE) foi emitido em 6/6/2014. Esse resultado corrobora com as investigações epidemiológicas desenvolvidas a campo de que se trata de caso espontâneo, sem qualquer correlação com a ingestão de alimento contaminado, e que pode ser detectado em qualquer país do mundo que tenha um sistema de vigilância robusto e transparente como o do Brasil. 

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Como Citar
NassardenS. M.; LimaE. M.; NegreirosR. L.; MorettoF. A.; BaccaF. D.; BorgesL. N. M.; TodeschiniB.; MartinsE. J. A.; MesquitaD. P.; VieiraA. J. D.; BardallJ. E. L.; M. JúniorG. J. Primeira ocorrência de encefalopatia espongiforme bovina atipica no estado de Mato Grosso em 2014. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 14, n. 2, p. 80-80, 29 ago. 2016.
Seção
RESUMOS ENDESA