Obtenção de potros negativos, oriundos de éguas soropositivas para anemia infecciosa equina, em programas de controle no pantanal brasileiro

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M. F. Nogueira
J. P. Araujo Jr
R. V. Cavalcante
J. K. P. Reis
J. M. Oliveira
C. J. S. Santos
H. V. Petzold
A. A. Fonseca Jr
A. T. M. Barros

Resumo

A Anemia Infecciosa Equina (AIE) é uma retrovirose de equídeos endêmica no Pantanal, com prevalência em torno de 40% nos animais de serviço das fazendas de pecuária extensiva. A legislação preconiza a eutanásia dos equídeos soropositivos; entretanto, tal medida inviabilizaria a principal atividade econômica da região. Por essa razão, foi proposto o Programa de Prevenção e Controle da AIE no Pantanal Sul-Mato-Grossense, no qual é preconizado o desmame precoce aos seis meses, para obtenção de potros negativos a partir de éguas soropositivas. Com o objetivo de embasar essa recomendação, de setembro/2008 a outubro/2009 foi estudado um grupo de 120 éguas provenientes de três fazendas da região da Nhecolândia, Corumbá, MS. No início do estudo, as éguas foram testadas pela imunodifusão em gel de ágar (IDGA), com kit comercial, e pelo ELISA, utilizando o antígeno recombinante para a gp90; 77 (64,2%) foram positivas em pelo menos um dos testes. Essas fêmeas produziram 84 potros, dos quais foram coletadas amostras de sangue, mensalmente do nascimento ao desmame natural na estação seguinte, por volta dos dez meses. As amostras dos potros foram submetidas às técnicas sorológicas mencionadas e à reação em cadeia da polimerase (PCR), com o sequenciamento dos produtos de amplificação. Dos 32 potros de éguas soronegativas, três apresentaram resultados positivos à sorologia em algum momento, mas todos foram soronegativos ao desmame. Esse grupo foi negativo na PCR, à exceção de uma única amostra, o que não se repetiu nas coletas posteriores do mesmo animal. Dos 52 potros de éguas soropositivas, 49 apresentaram resultado positivo em pelo menos uma técnica sorológica na primeira amostra coletada e 48 eram soronegativos, em ambas as técnicas, no sexto mês de vida. Quatro potros (7,7%) revelaram-se soropositivos e também positivos à PCR. Dois deles foram a óbito até o terceiro mês de vida, sugerindo infecção intrauterina ou ao nascimento. Os outros dois eram soropositivos desde a primeira amostragem, mas à PCR tornaram-se positivos no segundo e quinto meses de vida, respectivamente, indicando infecção posterior. Em todo o estudo, 1.447 amostras de soro foram analisadas pela IDGA p26 e rgp90 ELISA, observando-se resultados concordantes em 1.322 (91,4%). Conclui-se que: a) 92,3% dos potros de éguas soropositivas, apesar de soropositivos nos primeiros meses de vida devido aos anticorpos colostrais, não estão infectados com o vírus da AIE e tornam-se soronegativos até o sexto mês; b) potros com provável infecção congênita vão a óbito nos primeiros meses de vida; e c) potros que se infectam posteriormente, o fazem antes do sexto mês, tornando ineficiente o desmame precoce com o intuito de evitar-se a sua infecção. 

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Como Citar
NogueiraM. F.; Araujo JrJ. P.; CavalcanteR. V.; ReisJ. K. P.; OliveiraJ. M.; SantosC. J. S.; PetzoldH. V.; Fonseca JrA. A.; BarrosA. T. M. Obtenção de potros negativos, oriundos de éguas soropositivas para anemia infecciosa equina, em programas de controle no pantanal brasileiro. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 14, n. 2, p. 67-67, 29 ago. 2016.
Seção
RESUMOS ENDESA