Influência da perda e da manutenção do peso corporal sobre a tolerância à glicose e sensibilidade insulínica em cães obesos

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M. A. Brunetto
F. O. Roberti Filho
F. O. Lopes
F. C. Sá
S. P. Nogueira
C. Ferreira
A. C. Carciofi

Resumo

O objetivo deste estudo foi comparar os efeitos da perda de 20% do peso e a manutenção desta condição durante 150 dias sobre a tolerância à glicose e sensibilidade à insulina em cães naturalmente obesos há pelo menos 12 meses, e comparar com um grupo de cães em condição corporal ideal. O grupo 1 (G1) foi composto por 10 cães com escore de condição corporal (ECC) = 9 e porcentagem média de gordura corporal= 45,72 ±1,51%, determinada pela técnica de diluição de isótopos de deutério. O grupo 2 (G2) foi composto pelos cães do grupo G1 após perda de 20% do peso inicial, apresentando 33,53 ± 1,92% de gordura corporal (p<0,001) e o grupo 3 (G3) foi composto pelo mesmos animais do G2, avaliados após 150 dias de manutenção do peso alcançado. O grupo 4 (G4) foi composto por 10 cães da raça beagle, com ECC entre 4 e 5, e porcentagem média de gordura corporal= 18,36 ± 1,38% (p<0,01). A tolerância à glicose e sensibilidade à insulina foram avaliadas nos quatro grupos por meio do teste intravenoso de tolerância à glicose (TIVTG), conforme metodologia descrita na literatura. A análise estatística incluiu teste pareado e não pareado (P<0.05). A interação entre tempo e tratamento (grupo experimental) foi significante para a glicemia (p<0,05), apresentando diferenças os grupos G1 x G3, G1 x G4, e o G2 apresentou valores intermediários de glicemia, nos tempos 1, 2,5 e 5 minutos após a infusão de glicose. No teste, o pico glicêmico nos quatro grupos experimentais foi observado logo no primeiro minuto após a infusão de glicose. O índice insulinogênico (ΔI/ΔG) e o pico da resposta insulínica foram maiores no G1 (p<0,05), indicando resistência insulínica. A porcentagem de desaparecimento da glicose (k) e o tempo para que a concentração sérica de glicose diminuísse à metade não foram diferentes entre grupos (p>0,05). A área abaixo da curva de glicose do G2 também foi intermediária à G1 e G4 em todos os intervalos de tempo avaliados. Ao analisar os valores de glicemia do G3, observou-se que estes se tornaram semelhantes aos do G4. A simples perda de 20% de peso não foi suficiente para fazer com que a glicemia de cães obesos fosse semelhante à de cães com ECC ideal, sendo o fator tempo importante para que essa adaptação metabólica ocorra. 

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Seção

RESUMOS CONPAVET

Como Citar

Influência da perda e da manutenção do peso corporal sobre a tolerância à glicose e sensibilidade insulínica em cães obesos. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, [S. l.], v. 10, n. 1, p. 61–61, 2012. Disponível em: https://www.revistamvez-crmvsp.com.br/index.php/recmvz/article/view/298. Acesso em: 5 dez. 2025.