Recado microbiológico: a multirresistência bacteriana nas infecções de pele e ouvido

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

I. N. M. Santos
Jordana M. Silva
S. B. Cilento
L. C. Menezes
P. R. Santos Filho
C. S. Silva
L. A. Megale
C. E. Larsson Junior
D. A. Henriques

Resumo

Na prática dermatológica veterinária, as piodermites e otites bacterianas são bastante frequentes. O tratamento costuma ser realizado empiricamente pelo proprietário e, em alguns casos, pelo médico veterinário sem a identificação do agente causal. Soma-se a isso, a possibilidade da aquisição de medicamentos veterinários, sem a necessidade de prescrição. Muitos produtos de aplicação tópica, apresentam aminoglicosídeos na formulação, bactericidas indicados, principalmente, para as infecções causadas por bactérias Gram-negativas. Entretanto, o micro-organismo comumente envolvido nas enfermidades destacadas é o Staphylococcus, coco Gram-positivo. A gentamicina é uma das moléculas com melhor ação em estafilococos, enquanto a neomicina e a tobramicina, as mais utilizadas nas formulações, têm melhor ação sobre Gram-negativos. O presente trabalho relata a resistência bacteriana frente aos aminoglicosídeos e avalia a ocorrência de resistência cruzada entre distintos aminoglicosídeos e desses com outras classes de antimicrobianos. Entre fevereiro de 2014 e 2015, foram recebidas 1259 amostras, das quais 55% (n=638) provenientes de piodermites e 45% (n= 568) de otopatias. Staphylococcus spp foi isolado em 74% (n=933) e apresentou os maiores valores de resistência aos aminoglicosídeos, cerca de 11%. Do total de isolados, a resistência aos aminoglicosídeos foi 15,5% e a resistência cruzada a pelo menos duas moléculas diferentes, predominou tanto em Gram-negativas quanto positivas. Somente 2% dos isolados de Pseudomonas aeruginosa apresentaram resistência única a neomicina. Os resultados obtidos demonstraram que as linhagens resistentes aos aminoglicosideos também apresentaram resistência aos β-lactâmicos (5%, n=61), principalmente naquelas isoladas de secreções cutâneas; ou as fluoroquinolonas (3%, n=36), destacando-se essa associação entre as linhagens de P. aeruginosa (16,5%, n=72) provenientes de secreções otológicas. A multirresistência, ou seja, resistência a pelo menos três classes diferentes de antimicrobianos, foi detectada em 16,5% (n=206) do total, com especial destaque aos Staphylococcus (20,5%, n=192). Conclui-se que o problema da multirresistência e resistência bacterianas estão presentes nos animais de companhia, criando um desafio para o veterinário, principalmente, no tratamento de infecções crônicas e recorrentes, pois, as escolhas terapêuticas tornam-se escassas e as chances de falhas terapêuticas e sequelas aumentam.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
SantosI. N. M.; SilvaJ. M.; CilentoS. B.; MenezesL. C.; Santos FilhoP. R.; SilvaC. S.; MegaleL. A.; Larsson JuniorC. E.; HenriquesD. A. Recado microbiológico: a multirresistência bacteriana nas infecções de pele e ouvido. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 13, n. 3, p. 37-37, 18 jan. 2016.
Seção
RESUMOS CONGRESSO BRASILEIRO DE DERMATOLOGIA VETERINÁRIA