Estratégia do estado de São Paulo para a vacinação contra a raiva em cães e gatos em situação de abastecimento parcial de vacina

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M. L. B. Reichmann
T. M. Omoto
I. Kotait

Resumo

A necessidade anual de vacina contra a raiva em cães e gatos para o Estado de São Paulo (ESP) é de 8 milhões de doses, para todas as atividades (campanha, repasse, rotina, bloqueio de foco, esterilização e adoção oficiais etc.). Como em 2010 a Campanha de Vacinação foi suspensa, frente aos eventos adversos pela vacina utilizada, e em 2011 não havia disponibilidade de vacina de boa qualidade, o ESP, assim como outros estados em que a raiva pela variante canina encontra-se controlada, durante dois anos não recebeu outra vacina. Foi necessário, então, o estabelecimento de estratégias para estimular uma melhor vigilância epidemiológica da raiva por parte dos municípios, com o envio de material para diagnóstico laboratorial: a) animais suspeitos, b) que morreram no período de observação por serem agressores, c) com causa de morte desconhecida, d) atropelados e e) percentual dos apreendidos, não regatados ou adotados. No caso de recebimento de parcela da quantidade de vacina necessária, foram priorizados os locais com circulação viral, em qualquer espécie, estabelecendo-se metas de vacinação mais baixas, baseadas nos números de cães e gatos vacinados nos anos de 2007, 2008 e 2009. Foram, também, estabelecidos contatos com o Centro Panamericano de Febre Aftosa e Zoonoses (PANAFTOSA/OPAS/OMS), Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM/USP) e Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP), para viabilizar estudos sobre análises dos fatores de risco da raiva em animais de estimação, tanto por variante de morcego, quanto pela reintrodução da variante canina. A etapa inicial dos estudos deve ser a determinação da proporção de amostras a serem encaminhadas ao laboratório e o aprimoramento das estimativas das populações caninas e, principalmente, felinas. Em início de 2012 o Ministério da Saúde disponibilizou 3 milhões de doses de vacina importada de boa qualidade, para o ESP. Nesta oportunidade, foi efetuada a distribuição, dando prioridade aos municípios que demonstraram circulação viral (2011 e 2012), seguidos dos que vacinaram em 2010 mais de 20% dos cães, com uma estimativa da população canina de pelo menos de 6 mil. Isto, pelo receio de que se as vacinas que viessem a completar o quantitativo necessário tivessem excesso de albumina bovina, propiciando maior possibilidade de choque anafilático aos animais pela hipersensibilidade à vacina anterior. Pela vinda de mais 1.090.000 doses, até meados de julho, foram atendidos 163 municípios, incorporando aqueles com diagnóstico laboratorial positivo para raiva, de fevereiro a meados de julho deste ano, além daqueles com circulação viral em 2009 e 2010. Essa estratégia fez com que os municípios ficassem mais atentos aos sintomas de raiva nos animais, melhorando a vigilância epidemiológica, com mais amostras, de todas as espécies, enviadas para diagnóstico laboratorial e, consequentemente, maior quantidade de casos positivos para raiva (2011 – 116 casos e 2012 – 174 casos até final de julho). 

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Como Citar
ReichmannM. L. B.; OmotoT. M.; KotaitI. Estratégia do estado de São Paulo para a vacinação contra a raiva em cães e gatos em situação de abastecimento parcial de vacina. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 10, n. 2/3, p. 93-93, 11.
Seção
RESUMOS RITA