Alterações clínicas e laboratoriais em canino portador de desvio portossistêmico intra-hepático congênito

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Geyanna Dolores Lopes Nunes
Giovanna Carla de Oliveira Campos
Silvia Aparecida Cavalcanti de Queiroz
Genilson Fernandes de Queiroz
Kilder Dantas Filgueira

Resumo

Objetivou-se descrever, na espécie canina, o perfil clínico-laboratorial do desvio portossistêmico (DPS) de origem congênita e localização intra-hepática. Uma cadela, com três anos de idade, da raça pastor alemão, possuía hiporexia e apatia. A paciente foi submetida ao exame físico. Optou-se por realizar hemograma completo, bioquímica sérica (hepática e renal), análise de líquido ascítico e ultrassonografia abdominal. Preconizou-se terapia com silimarina, ácido ursodesoxicólico, furosemida, dieta específica para animal hepatopata e paracentese periódica. Foi necessária uma biopsia hepática, sendo enviada para histopatologia. A cadela apresentava estado nutricional magro, mucosas hipocoradas e edema de membros pélvicos. Havia distensão do abdômen decorrente da presença de efusão. As anormalidades laboratoriais equivaleram à anemia arregenerativa, elevação da atividade sérica das enzimas hepáticas e hipoalbuminemia. O fluido ascítico foi classificado como transudato e a imaginologia exibiu fígado com dimensão aumentada, parênquima rugoso e ecogenicidade diminuída. Estabeleceu-se diagnóstico de hepatopatia, sem confirmação da etiologia. O tratamento não determinou remissão da sintomatologia, justificando-se a biopsia incisional do fígado, cuja avaliação histopatológica foi indicativa de DPS congênito intra-hepático. Transcorridas algumas semanas o animal veio a óbito. O DPS é uma comunicação vascular anômala entre a circulação portal e sistêmica, podendo ser congênito ou adquirido, solitário ou múltiplo, além de intra ou extra-hepático. Fatores genéticos podem estar envolvidos com o aparecimento do DPS congênito, assim como insultos durante a gênese fetal que resultam em má formação da vasculatura hepática. Na paciente em questão, a inspeção cirúrgica abdominal excluiu a presença de estruturas vasculares correlacionadas com o DPS extra-hepático. Assim a histopatologia revelou importância para o diagnóstico do DPS intra-hepático. Como o DPS da fêmea relatada era de localização intra-hepática, tornou-se difícil o emprego de técnicas cirúrgicas para a correção. Logo a terapia restringiu- se ao uso de fármacos, o que contribuiu para um prognóstico desfavorável. Em cães jovens (mas não obrigatoriamente pediátricos) deve-se considerar a possibilidade de DPS congênito. Por vezes, devido à ausência de especificidade clínica e laboratorial há necessidade da adoção de provas invasivas, como biopsia hepática destinada a histopatologia.

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Como Citar
NunesG. D. L.; CamposG. C. de O.; de QueirozS. A. C.; de QueirozG. F.; FilgueiraK. D. Alterações clínicas e laboratoriais em canino portador de desvio portossistêmico intra-hepático congênito. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 11, n. 3, p. 80-80, 11.
Seção
RESUMOS CONBRAVET