Cardiomiopatia dilatada induzida por Doxorrubicina em um canino – relato de caso

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Marthin Raboch Lempek
Raphael Nikolas Lira
João Pedro Bordelo
Maria Isabel Ribeiro Dias
James Newton Bizetto Meira de Andrade
Selene Eger Sawada

Resumo

Embora a cardiomiopatia dilatada idiopática (CMD) seja uma enfermidade já conhecida na medicina veterinária, a cardiomiopatia dilatada induzida por doxorrubicina é pouco difundida na rotina clínica e deve ter a sua importância reconhecida. O presente relato esclarece e ressalta a sua importância na clínica médica de pequenos animais. A doxorrubicina é um quimioterápico amplamente utilizado na clínica por apresentar um amplo espectro de ação. Acredita-se que os efeitos de cardiotoxicidade da doxorrubicina devem-se a formação de radicais livres, com reações de peroxidação. Foi atendido um canino, com nove anos de idade, sem raça definida (SRD), com 21kg, castrado, com queixa de tosse seca, emagrecimento e cansaço fácil. Durante a anamnese, o proprietário relatou que o paciente havia realizado oito sessões de quimioterapia, alternando entre doxorrubicina 30mg/m2 e carboplatina 300mg/m2, devido a um osteossarcoma. Na última sessão de quimioterapia, há sete meses, o paciente apresentou todos os parâmetros cardíacos dentro da normalidade. Entretanto, nos últimos exames, apresentou na radiografia torácica cardiomegalia generalizada, deslocamento dorso-caudal da traqueia e VHS (vertebral heart size) de 11,5. O eletrocardiograma apresentou ritmo taquicardia sinusal, frequência cardíaca de 145bpm, aumento de duração e amplitude da onda P e duração do complexo QRS, sugerindo sobrecarga biatrial e ventricular esquerda. No ecocardiograma foi verificada a fração de encurtamento de 16% e a relação AE/A de 2,1, indicando um aumento atrial significativo, confirmando a suspeita de cardiomiopatia dilatada induzida por doxorrubicina. A terapêutica instituída foi pimobendam 0,3mg/kg, via oral (VO), a cada 12 horas (BID), maleato de enalapril 0,5mg/kg, VO, BID, furosemida 2mg/kg, VO, BID. Houve melhora significativa do paciente em sete dias após tratamento. Conclui-se que é recomendado o acompanhamento cardiológico trans e pós-quimioterapia em pacientes que já utilizaram doxorrubicina devido à cardiotoxicidade.

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Como Citar
LempekM. R.; LiraR. N.; BordeloJ. P.; DiasM. I. R.; de AndradeJ. N. B. M.; SawadaS. E. Cardiomiopatia dilatada induzida por Doxorrubicina em um canino – relato de caso. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 11, n. 3, p. 94-94, 11.
Seção
RESUMOS CONBRAVET