Leishmaniose visceral em dois cães: relato de caso

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M. Tebaldi
S. C. Gomes
L. H. A. Machado
M. L. G. Lourenço
H. Langoni
V. E. Fabris

Resumo

A leishmaniose é uma zoonose causada pelo protozoário do gênero Leishmania spp, podendo se apresentar na forma cutânea ou visceral, ambas endêmicas no Brasil. Os canídeos são os principais reservatórios da leishmaniose visceral. Foram atendidos dois cães, sem raça definida, com cerca de seis meses de idade, de mesma ninhada, adotados da Prefeitura Municipal de Botucatu-SP, após apreensão de um canil, cuja investigação epidemiológica não revelou o município de origem destes. Estes apresentavam alopecia e eritema generalizados, com presença de crostas hemáticas e melicéricas, telangectasia e adelgaçamento de pele, que evoluiu para laceração com exposição óssea. Além disso, recorrentes quadros gastroentéricos, de hemoparasitose, escabiose e dermatofitose. Ao exame parasitológico de raspado cutâneo ambos obtiveram resultados negativos. A fim de investigar etiologia da dermatopatia, fora realizado o teste de supressão com baixas doses de dexametasona nos cães, em que apenas um sugeriu hiperadrenocorticismo. Entretanto, como o outro paciente começou a apresentar convulsões e mediante a sorologia para leishmaniose pelo método RIFI com resultado negativo, fora realizado ressonância magnética e concomitante histopatológico de pele, que revelou área cística em lobo parietal esquerdo e leishmaniose, respectivamente. Assim, o filhote com possível hiperadrenocorticismo fora submetido a punção de medula óssea e sorologia revelando positividade para leishmaniose nos dois testes. Com a evolução clínica desfavorável e notificação à prefeitura, posteriormente optou-se por eutanásia. Neste relato constata-se que a leishmaniose pode se assemelhar a várias outras dermatopatias. Além disso, apesar da sorologia por RIFI ser um método de eleição para inquéritos epidemiológicos, este pode incorrer de falsos negativos a depender do tempo de infecção. Porém, a vigilância epidemiológica visa o diagnóstico precoce de casos autóctones, uma vez que caninos infectados são epidemiologicamente importantes, devido alta prevalência, ocorrência enzoótica primária e grande contingente de parasitismo em pele. Atualmente, Botucatu não revela risco potencial de surtos epidêmicos. Porém, mediante um caso, para controle da leishmaniose visceral deve-se identificar e eliminar os animais com diagnóstico positivo, visando interromper o ciclo epidemiológico da doença.

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Como Citar
TebaldiM.; GomesS. C.; MachadoL. H. A.; LourençoM. L. G.; LangoniH.; FabrisV. E. Leishmaniose visceral em dois cães: relato de caso. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 11, n. 2, p. 74-74, 11.
Seção
RESUMOS CONPAVET