Leptospirose em cão filhote: relato de caso

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C. L. de Paula
M. M. Pinheiro
F. C. Oliveira
T. G. Baraldi
D. B. da Silva
A. C. Paes
M. G. Ribeiro

Resumo

A leptospirose é uma zoonose de distribuição mundial causada por bactérias da espécie Leptospira interrogans e diferentes sorovares, acometendo várias espécies animais. O rato (Rattus norvegicus) representa o mais importante reservatório da doença, eliminando a bactéria pela urina. O cão participa na cadeia epidemiológica da enfermidade por sua estreita relação com os humanos. A infecção ocorre pela penetração ativa da bactéria em mucosas e pele, escarificada ou íntegra. O diagnóstico da leptospirose com base no teste de soroaglutinação microscópica (MAT) é o método de referência para a detecção da infecção em humanos e animais. Relato de caso: Foi atendido no setor no setor de EIA da FMVZ/UNESP/Botucatu-SP, um cão sem raça definida, macho, 45 dias de idade, com histórico de apatia, êmese e icterícia severa há três dias. O hemograma revelou anemia, trombocitopenia e leucocitose por neutroilia. A bioquímica sérica revelou azotemia, elevação das enzimas hepáticas e das bilirrubinas. Suspeitou-se de leptospirose e foi coletada amostra de sangue para diagnóstico sorológico. O animal permaneceu internado e foi realizado tratamento com fluidoterapia intensiva, administração de antibióticos (benzilpenicilina potássica, benzilpenicilina cristalina e ceftiofur por 14 dias), protetor gástrico, antiemético e protetor hepático. O animal apresentou melhora com o tratamento instituído e obteve alta após 15 dias de internação. Resultados e Discussão: Na primeira sorologia realizada observou-se titulação de 200 UI para o sorovar L. icterohaemorrhagiae. A sorologia pareada realizada após 10 dias acusou e o título para o mesmo sorovar de 3200 UI, sugestivo de leptospirose clínica. Para evitar o estado de portador renal foi prescrita a doxiciclina por 14 dias. No retorno após 20 dias o cão apresentou resultado negativo na sorologia. Outros exames laboratoriais também foram repetidos e se encontravam dentro dos padrões da normalidade. Conclusões: A leptospirose canina permanece como problema de saúde animal e de saúde pública pela severidade da infecção, bem como pelo risco de contágio dos humanos. O aumento de mais de 4X o título na sorologia pareada, aliado aos achados clínicos (icterícia) e exames subsidiários possibilitou firmar o diagnóstico. O tratamento precoce e intensivo foi determinante para o restabelecimento do animal.

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Leptospirose em cão filhote: relato de caso. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, [S. l.], v. 11, n. 2, p. 65–66, 2013. Disponível em: https://www.revistamvez-crmvsp.com.br/index.php/recmvz/article/view/16776. Acesso em: 5 dez. 2025.