Botulismo em cão: relato de caso

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C. L. de Paula
F. C. Oliveira
M. M. Pinheiro
M. S. Caxito
E. L. Morita
J. Megid
M. G. Ribeiro

Resumo

O botulismo é uma doença não contagiosa, resultante da ação de potente toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. A doença nos cães ocorre devido à ingestão de alimentos putrefatos ou carcaças decompostas que contenham a toxina botulínica do tipo C. O quadro clínico é de paralisia muscular flácida a partir do bloqueio da liberação da neurotransmissora acetilcolina nas junções neuromusculares. O diagnóstico de rotina é baseado nas manifestações clínicas e histórico do animal. A prova biológica em camundongos é o método de diagnóstico definitivo para a doença. Relato de caso: Foi atendido no setor de EIA da FMVZ/UNESP/Botucatu-SP, um cão sem raça definida, macho, 3 anos, apresentando tetraparalisia flácida de início súbito há um dia. O animal proveniente de área rural da cidade de Botucatu tinha histórico de ingestão de carcaça de ave há 2 semanas. Ao exame físico foi observada manutenção de dor superficial e profunda com ausência de reflexo flexor e estado mental preservado. Exames laboratoriais não apresentaram alterações significativas. Foi realizada a prova de inoculação intraperitoneal em camundongos com resultado positivo, confirmando o diagnóstico de botulismo. O animal foi internado e realizado tratamento de suporte, com fluidoterapia, mudanças constantes de decúbito e auxílio à alimentação. Não ocorreram complicações e o animal recebeu alta após 2 semanas, com total recuperação dos movimentos. Resultados e Discussão: No caso relatado, o animal obteve cura total em 2 semanas, de maneira similar ao período de recuperação descrito por muitos autores. As trocas de decúbito são necessárias para evitar infecção em trato respiratório, complicação comum na doença. O animal apresentou retorno dos movimentos inicialmente nos membros torácicos, o que é justificado pela paralisia ser ascendente. Quanto maior o período de incubação menor a quantidade de toxina ingerida. Apesar do botulismo não ser comumente observado na rotina clínica deve ser considerado como diferencial de doenças que causem sinais de alteração em neurônio motor inferior. Conclusões: O botulismo em cães é considerado incomum. Deve-se salientar o risco da doença em animais errantes ou de áreas rurais, que possam ter acesso à comida deteriorada ou carcaças decompostas. O prognóstico é bom quando não ocorrem complicações e animais que se recuperam não apresentam sequelas.

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Como Citar
de PaulaC. L.; OliveiraF. C.; PinheiroM. M.; CaxitoM. S.; MoritaE. L.; MegidJ.; RibeiroM. G. Botulismo em cão: relato de caso. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 11, n. 2, p. 65-65, 11.
Seção
RESUMOS CONPAVET