Disfunção cognitiva canina mimetizando neoplasia cerebral: relato de caso

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S. J. Szriber
D. B. Calvo
D. Gouveia
F. Ponce

Resumo

Os sintomas apresentados nas síndromes neurológicas, assim como  no exame neurológico, auxiliam principalmente na localização de lesões  estruturais quando há escassez de métodos de imagem mais apropriados para  o correto diagnóstico das neuropatias, principalmente acometendo a região  encefálica. No presente estudo, relata-se um canino com quadro de síndrome  cerebral progressiva de forma aguda, apresentando alterações no exame  clínico, sintomatologia e evolução compatíveis com quadro inflamatório  ou neoplásico cerebral, sendo modificado o diagnóstico presuntivo após  a realização de exame de ressonância magnética de crânio para processo  degenerativo associado à disfunção cognitiva canina. Um labrador de 13 anos,  macho, apresentou andar compulsivo e inclinação da cabeça para o lado  direito, “headpressing” e vocalização noturna. No exame neurológico foi  evidenciado um estado mental obnubilado e alterações no hemisaltitamento  esquerdo, indicando uma lesão em córtex frontoparietal direito. Na ausência  de sinais sistêmicos indicativos de outras doenças e com a suspeita clínica  de síndrome cerebral foi empregado um tratamento com prednisolona,  para descartar uma etiologia inflamatória. Diante da falta de resposta ao  tratamento e da evolução relativamente acentuada passou-se a suspeitar  de um processo neoplásico e foi solicitada uma ressonância magnética,  que revelou: atrofia do parênquima cerebral, perda de definição do tecido  cerebral, mais evidentes no córtex frontoparietal, discreta ventriculomegalia  e ausência de formação neoplásica, mesmo após administração do contraste  intravenoso. As alterações encontradas na ressonância magnética foram  compatíveis com processo degenerativo cerebral, indicando um quadro de  disfunção cognitiva canina. Após o tratamento com Cloridrato de Selegilina  e Complexo vitamínico, o paciente apresentou melhora acentuada no período  de dois meses, com redução de 70% da sintomatologia. A realização do exame  clínico e neurológico permite a localização da lesão e interfere na escolha do  método de imagem a ser adotado, de acordo com a localização e limitação  de cada exame. Sendo assim, para o estabelecimento da doença, a realização  de ressonância magnética e/ou tomografia computadorizada, bem como a  biópsia com histopatológico são fundamentais para um diagnóstico definitivo,  já que a sintomatologia é decorrente da localização da lesão.  

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Como Citar
SzriberS. J.; CalvoD. B.; GouveiaD.; PonceF. Disfunção cognitiva canina mimetizando neoplasia cerebral: relato de caso. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 11, n. 2, p. 57-58, 11.
Seção
RESUMOS CONPAVET