Tromboembolismo pulmonar secundário a anemia hemolítica imunomediada em um cão com leptospirose – relato de caso.

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B. R.S. Alberigi
A. J. Bendas
J. J. Pereira
A. C.M. Rodrigues
D. R.B Silvano

Resumo

A leptospirose é uma doença infecciosa causada por uma espiroqueta do gênero Leptospira que pode levar a destruição imunomediada de eritrócitos, fenômeno conhecido como anemia hemolítica imunomediada (AHIM). A presença de tromboembolismo pulmonar e sistêmico tem sido detectada em 29 a 32% dos cães com AHIM, com taxa de letalidade de 70%. O presente trabalho tem o objetivo de relatar um cão com leptospirose e AHIM que desenvolveu TEP. Relato de Caso: Um canino, macho, da raça Akita, oito anos, foi atendido com histórico de prostração, e trombocitopenia persistente, apresentava mucosas hipocoradas e prostração. O hemograma revelou VG 12%, leucometria normal; creatinina 1,7 mg/dL, ureia 157 mg/dL, Fosfatase alcalina 132 mU/dL e ALT 113 mU/dL. Foi realizada ELISA para Erlichiacanis, sendo o resultado negativo. Foi realizada hemotransfusão. Dois dias após, apresentou icterícia, ALT 1024 mU/dL, fosfatase alcalina 164 mU/dL, e aumento das bilirrubinas. O exame ultrassonográfico revelou hepatopatia difusa, esplenomegalia, e perda de relação cortico medular de ambos os rins. Realizou-se sorologia para leptospirose sendo reagente na titulação de 1:400, foi iniciada penicilina G. O animal apresentou dispneia, sendo realizada radiografia torácica que revelou bronquite crônica discreta, o hemograma revelou presença de VG de 14% com 0,2 % de reticulócitos, leucometria 20.000 n/μL; plaquetas normais; creatinina 0,3 mg/dL, ureia 63 mg/dL. Em 48horas o animal veio a óbito e na necropsia constatou-se presença de trombo de 7cm em artéria pulmonar. Discussão: A icterícia pode ser decorrente tanto de necrose celular hepática como hemólise, no caso relatado acredita-se que ocorreram ambas as situações, devido as alterações de imagem hepáticas e pela anemia acentuada. A AHIM pode ter sido agravada por reação de hemólise  pós-transfusional. Acredita-se que nessa situação o sistema imunológico do paciente já estava altamente sensibilizado pela presença do antígeno  da Leptospira. A dispneia apresentada pode ser resultante da hipóxia pela anemia ou formação de microtrombos obstruindo o leito vascular pulmonar.  O presente trabalho mostra a importância da investigação de distúrbios de  coagulação em pacientes com leptospirose, realizando-se medidas profiláticas  que evitem o tromboembolismo.  

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Como Citar
AlberigiB. R.; BendasA. J.; PereiraJ. J.; RodriguesA. C.; SilvanoD. R. Tromboembolismo pulmonar secundário a anemia hemolítica imunomediada em um cão com leptospirose – relato de caso. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 11, n. 2, p. 57-57, 11.
Seção
RESUMOS CONPAVET