Avaliação dos testes sorológicos preconizados pelo ministério da saúde em cães vacinados contra leishmaniose visceral

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Manuela da Silva Solcà
Poliana Santos de Souza
José Carlos Oliveira Guedes Junior
Luciano Vasconcellos Pacheco
Patrícia Sampaio Tavares Veras
Deborah Bittencourt Mothé Fraga

Resumo

A leishmaniose visceral é causada pelo protozoário Leishmania infantum e constitui um sério problema de saúde pública no Brasil. Os cães são considerados reservatórios para manutenção do parasito em áreas urbanas. Atualmente, existem duas vacinas disponíveis contra leishmaniose visceral canina (LVC): Leish-Tec® e Leishmune®. O controle da LVC preconizado pelo Ministério da Saúde (MS) consiste no diagnóstico e eutanásia dos cães soropositivos. Assim, os anticorpos produzidos pela vacinação não deveriam reconhecer os antígenos presentes nos testes diagnósticos oficiais. O objetivo deste trabalho foi avaliar a taxa de detecção de cães vacinados contra LVC pelos testes diagnósticos DPP®-LVC e EIE®-LVC, preconizados pelo MS. Foram selecionados 44 cães de uma área não endêmica para LVC em Salvador-BA. Antes de serem vacinados, todos os animais foram avaliados clinicamente para LVC e em cada animal foram coletadas uma amostra de soro para realização dos testes DPP-LVC® e EIE-LVC® e uma amostra de aspirado esplênico para cultura e PCR para detecção do parasito. Ademais, foi realizada PCR de uma amostra de sangue para detecção de Ehrlichia canis e Babesia canis, hemoparasitas responsáveis por reações cruzadas nos testes sorológicos para LVC. Antes de serem vacinados, todos os animais se mostraram saudáveis e testaram negativo nos testes diagnósticos para LVC, assim como não foi detectado DNA de E. canis nem de B. canis. O protocolo de vacinação consistiu em 3 doses subcutâneas com intervalos de 21 dias cada; 22 cães foram vacinados com Leish-Tec® e 22 com Leishmune®. Após um mês da última dose, foi coletado soro de todos os animais para realização dos testes DPP-LVC® e EIE-LVC®. Dentre os animais vacinados com Leish-Tec®, nenhum cão foi positivo no DPP-LVC®, enquanto 9% dos cães foram positivos no EIE-LVC®. Dentre os animais vacinados com Leishmune®, 9% testaram positivo no DPPLVC ®; 73% testaram positivo e 9% inconclusivo no EIE-LVC®. Tendo em vista que o protocolo diagnóstico do MS consiste em triar inicialmente os animais com teste rápido e em seguida realizar o ELISA dos cães positivos, nenhum animal vacinado com Leish-Tec® seria diagnosticado erroneamente. Já dos cães vacinados com Leishmune®, ambos os animais que foram positivos na triagem pelo DPP-LVC® também testaram positivos no EIE-LVC®. Assim, animais vacinados por Leishmune® apresentam maior chance de serem avaliados erroneamente nos testes diagnósticos para LVC preconizados pelo MS. 

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Como Citar
SolcàM. da S.; de SouzaP. S.; Guedes JuniorJ. C. O.; PachecoL. V.; VerasP. S. T.; FragaD. B. M. Avaliação dos testes sorológicos preconizados pelo ministério da saúde em cães vacinados contra leishmaniose visceral. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 12, n. 3, p. 58-58, 6 mar. 2015.
Seção
RESUMOS CONBRAVET