Hipoglicemia paraneoplásica associada a carcinoma mamário em cadela

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P. F. Castro
D. T. Fantoni
L. N. Torres
J. M. Matera

Resumo

Em seres humanos portadores de carcinomas com envolvimento ductal, a
patogênese da hipoglicemia pode ser relacionada com a produção aberrante
de insulina ou, mais frequentemente, de substâncias semelhantes à insulina
produzidas por células tumorais, além da utilização de glicose pelo próprio
tumor no caso de grandes massas. Relata-se o caso de cadela da raça Poodle,
com 15 anos de idade, 3kg de peso, castrada, com histórico de neoplasia em
glândula mamária observada há um ano e com crescimento exacerbado há
30 dias, atendida devido a quadro de prostração após ter sofrido queda
em ambiente doméstico, ao qual se associou à condição hipoglicêmica
(glicose = 32 mg/dL) verificada durante exame clínico. Hemograma
completo, perfil hepático e renal, dosagem pareada de glicose e insulina
séricas, ultrassonografia abdominal e radiografia torácica realizados
não mostraram alterações, exceto pela presença de anemia regenerativa
normocítica hipocrômica, manutenção do quadro hipoglicêmico (glicose
= 23 mg/dL) e aumento discreto da fosfatase alcalina (=196,2). Foram
realizadas terapia suporte ineficaz para controle da hipoglicemia e controle
da puliciose intensa, seguidas de mastectomia parcial para exérese do tumor
de grande dimensão, cujo exame anatomopatológico revelou tratar-se de
carcinoma mamário simples sólido com margens cirúrgicas livres. A
glicemia permaneceu dentro da faixa de normalidade no período pósoperatório
imediato, bem como ao longo do período subsequente de seis
meses. Com base na história e resultados dos exames, causas prováveis de
hipoglicemia como insuficiência hepática grave, hipoadrenocorticismo
e insulinoma foram excluídos. A etiologia provável para a ocorrência
da hipoglicemia foi a de síndrome paraneoplásica, constatada pela
presença do carcinoma mamário e baixas concentrações de glicose
sérica seguida pelo retorno da normoglicemia logo após a excisão do
tumor. Na literatura há um único relato de carcinoma mamário em cães
associado à hipoglicemia paraneoplásica, descrito em 2010 por Rossi e
colaboradores, que acometeu uma labradora diabética de seis anos de idade.

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Como Citar
CastroP. F.; FantoniD. T.; TorresL. N.; MateraJ. M. Hipoglicemia paraneoplásica associada a carcinoma mamário em cadela. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 14, n. 2, p. 52-52, 29 ago. 2016.
Seção
RESUMOS CONPAVET