Presença de transcritos em Campylobacter jejuni de origem avícola

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Roberta Torres Melo
Priscila Christen Nalevaiko
Eliane Pereira Mendonça
Eduardo Almeida Freitas
Leandro Willian Borges
Daise Aparecida Rosa

Resumo

Campylobacter jejuni é considerada causa comum de diarreia em humanos. A infecção acontece principalmente pela ingestão de carnes de frangos mal cozidas. A baixa dose infectante, equivalente a 500 UFC e o risco no desenvolvimento de doenças autoimunes, como a Síndrome de Guillan-Barré, caracterizam o agente como um grave e emergente problema em saúde pública. Objetivou-se avaliar a presença de transcritos de virulência e de resistência às variações de temperatura em 46 isolados de Campylobacter jejuni provenientes de amostras de carcaças de frangos resfriadas e congeladas oriundas de três regiões brasileiras: Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. A avaliação foi realizada antes e após o cultivo em células Caco-2. Para isso foi utilizada a técnica de RT-PCR para os genesciaB e dnaJ, que codificam proteínas atuantes na invasão intracelular e na tolerância ao estresse térmico, respectivamente. A análise constatou a presença de transcritos em 28/46 (60,9%) cepas avaliadas, sendo que 8/28 (28,6%) apresentaram somente transcritos do gene ciaB, 2/28 (7,1%) apenas dnaJ e 18/28 (64,3%) para ambos os genes. O fato de algumas estirpes não expressarem transcritos indica que as estirpes apresentam diversas propriedades para modular sua virulência podendo ser mais patogênicas do que outras, dependendo da situação que são submetidas. Além disso, a expressão de fatores de virulência é regulada de forma a impedir sua produção desnecessária e também como forma de escape do sistema imunológico do hospedeiro. Após submissão ao cultivo em células Caco-2, constatou-se um aumento na transcrição gênica, de forma que 30/46 (65,2%) passaram a expressar ambos os genes e 46/46 (100%) transcreveram o gene dnaJ. Provavelmente o cultivo das estirpes sob condições de maiores temperaturas, ambiente adequado, com a presença de nutrientes e células que permitam o desenvolvimento de sua patogenia, podem ter contribuído para a maior expressão dos genes ciaB e dnaJ. Além disso, o transcriptoma de C. jejuni apresenta um sistema de transdução de sinais que permite sua adaptação às diversas situações sendo mais eficaz in vivo do que in vitro. As variações observadas conforme a condição de cultura do microrganismo demonstraram sua capacidade de modular a virulência, por meio da alteração de seu transcriptoma, demonstrando maior risco quando submetidas às condições semelhantes às encontradas no hospedeiro humano.

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Como Citar
MeloR. T.; NalevaikoP. C.; MendonçaE. P.; FreitasE. A.; BorgesL. W.; RosaD. A. Presença de transcritos em Campylobacter jejuni de origem avícola. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 11, n. 3, p. 52-52, 1 dez. 2013.
Seção
RESUMOS CONBRAVET