Osteossíntese minimamente invasiva de fratura condilar umeral lateral com clamp condilar: Relato de dois casos

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

A.G. Msc Rocha
D.G. Bsc1 Chung
G.O. Morato
C.G.D. Lima
J.G. Padilha Filho

Resumo

A incidência de fraturas condilares de úmero é baixa na rotina clínica de pequenos animais. Cães jovens e de pequeno porte são acometidos com maior frequência. Fraturas de face lateral do côndilo ocorrem em maior número quando comparadas à de face medial, podendo-se atribuir esta maior incidência ao menor tamanho, localização e carga relativa desta estrutura. O úmero distal possui forma complexa, e em virtude disso, seu reparo torna-se desafiador, pois compõe a porção proximal da abstrusa articulação do cotovelo. Redução e fixação fechadas são preferíveis quando possível, sendo o alinhamento anatômico e a estabilidade os desafios desses procedimentos. Tal alinhamento é necessário para que haja um apoio precoce no período pós-operatório, com mínimas chances de complicações futuras. Relata-se o caso de dois cães, um da raça Pinscher, fêmea, 2,5 Kg e 5 meses de idade; e um da raça Fox Brasileiro, macho, 2,2 Kg e 7 meses de idade, atendidos pelo serviço de Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário “Governador Laudo Natel” da UNESP Jaboticabal. Ambos foram atendidos cerca de 24 horas após o trauma por queda do colo dos proprietários. Ao exame físico constatou-se impotência funcional do membro torácico direito da cadela Pinscher e do esquerdo do cão Fox Brasileiro, com dor à manipulação, instabilidade articular e crepitação grossa durante manipulação do cotovelo. Radiograficamente, pode-se visualizar fratura condilar lateral de úmero, nos dois casos. Optou-se por tratamento cirúrgico por meio de osteossíntese minimamente invasiva. Os pacientes foram submetidos à anestesia geral inalatória e o membro torácico preparado antissepticamente. Foram realizadas manobras para redução fechada da fratura e, uma vez reduzida, colocou-se o clamp condilar esterilizado com o intuito de manter a coaptação adequada dos fragmentos ósseos. Os orifícios centrais do clamp foram centralizados nos epicôndilos medial e lateral. Em seguida realizou-se radiografia transoperatória para confirmação da redução fechada. Procedeu-se então incisão cutânea de 3 mm sobre o epicôndilo umeral lateral. Ato contínuo, foi perfurado um orifício transcondilar com broca de 1,5 mm de diâmetro com auxílio de guia de perfuração, fixando-se então o parafuso de 2 mm de diâmetro. A disposição correta do parafuso e o alinhamento da fratura foram visibilizados por novo exame radiográfico antes do fechamento da incisão cirúrgica, a qual foi realizada através de sutura com mononylon 4-0 em dois pontos em padrão simples separado. Os pacientes foram medicados no pós-operatório com tramadol 4mg/kg por 4 dias, cefalexina 30 mg/kg e dipirona 25 mg/ kg BID durante 7 dias. As radiografias controle foram realizadas aos 15 e 30 dias após a cirurgia. Dez dias após a cirurgia ambos pacientes deambulavam sem claudicação e, no 30º dia de pós-operatório receberam alta, apresentado boa amplitude de movimentos da articulação do cotovelo, sem dor evidente durante manipulação do membro acometido. Concluímos que a realização da osteossíntese minimamente invasiva de fratura da porção lateral do côndilo umeral proveu ótima reconstrução óssea com manutenção da biologia da fratura, provendo rápido retorno da plena função deambulatória. Contudo, representa ainda um desafio devido à dificuldade em se realizar a manobra para adequada redução fechada dos fragmentos ósseos.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
RochaA. M.; ChungD. B.; MoratoG.; LimaC.; Padilha FilhoJ. Osteossíntese minimamente invasiva de fratura condilar umeral lateral com clamp condilar: Relato de dois casos. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 11, n. 2, p. 90-91, 11.
Seção
RESUMOS CONPAVET